Criminosos, carentes ou doentes? Representações de pessoas em situação de rua nas páginas de um jornal carioca em 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Roque, Carlos Eduardo Abbud Hanna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17508
Resumo: A população em situação de rua é um grupo heterogêneo marcado pela pobreza extrema, que possui vínculos familiares rompidos ou enfraquecidos, e utilizam os logradouros públicos e as áreas degradadas para moradia e sustento. No território nacional, a população em situação de rua é composta em sua maior parte por homens, pardos e pretos, na faixa etária dos 30 a 59 anos, com baixa escolaridade. Dentre os fatores que levam essas pessoas às ruas estão, principalmente, a ruptura familiar, o uso de álcool e drogas e o desemprego. No ano de 2009 foi publicada a Política Nacional para a População em Situação de Rua, que regulamenta os princípios, diretrizes e objetivos para promoção e garantia dos direitos dessa população. No decorrer do desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro, ocorreram diversas transformações influenciadas por situações internas e externas e, entre elas, a preparação para os megaeventos, que tiveram grande impacto econômico e social. Durante a preparação da cidade para os eventos internacionais houve a expulsão de pessoas em situação de rua das áreas centrais e turísticas para áreas ou abrigos distantes, situação legitimada pelo jornalismo como medida de readequação do espaço urbano, combate à desordem e à criminalidade. Diante desse cenário. surge o questionamento de como a população em situação de rua é representada no jornalismo, mais especificamente no jornal O Globo, principalmente nesse período após os megaeventos no Rio de Janeiro. Nossa hipótese considera que as pessoas em situação de rua eram representadas principalmente como desordeiros e potenciais autores de delitos, pouco se discutindo sobre questões ligadas à saúde e à assistência social. Utilizando a metodologia de Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016) foram analisadas reportagens sobre “moradores de rua” no jornal O Globo no ano de 2017, através do processo de exploração e categorização do material. Por fim, os resultados encontrados apontam que esse segmento populacional foi representado majoritariamente pela perspectiva da segurança pública, associados à criminalidade e a desordem urbana, seguido pela assistência social, em decorrência do alto grau de vulnerabilidade. Poucas reportagens discutiram questões ligadas à saúde pública, com destaque para o uso de drogas.