Prólogos de gramáticas de língua espanhola do século XIX ao XXI: um estudo discursivo
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16784 |
Resumo: | As gramáticas são instrumentos linguísticos (AUROUX, 1992) muito utilizados na aprendizagem de línguas e ainda conhecidas por possuir a forma “correta” de utilizar uma língua. No caso da língua espanhola, o conhecido como “espanhol da Espanha” foi durante muito tempo considerado como o mais “correto”, e ainda há essa crença em muitos lugares. Não por acaso, a maioria das gramáticas utilizadas no ensino da língua espanhola eram, e ainda são, espanholas. Pensando nisso, este estudo tem como objetivo verificar as imagens discursivas da relação entre Espanha e América Hispânica em prólogos de gramáticas de língua espanhola publicadas entre os séculos XIX e XXI, observar como é(são) constituída(s) a(s) imagem(ns) da língua espanhola falada nos países da América Hispânica e de que modo essa(s) imagem(ns) funciona(m) nestes prólogos, levando à consequente construção da valoração dessa língua da Espanha diante da língua espanhola da América. Para isso, selecionaram-se vinte e uma gramáticas, considerando, dentre outros fatores, sua relevância no âmbito hispânico e a presença de comentários sobre o espanhol da América. Através da análise de sequências discursivas, observou-se se houve deslocamentos e recorrências na(s) imagem(ns) de língua e nos sentidos produzidos. Analisaram-se, para isso, os prólogos das gramáticas de SALVÁ (1830), NOBOA (1839), BELLO (1847), VICENTE GARCÍA (1854), RUIZ MOROTE (1880), DIAZ-RUBIO Y CARMENA (1885), BENOT (1910), LENZ (1920), ALARCOS LLORACH (1951), FERNÁNDEZ (1951[2]), PÉREZ-RIOJA (1954), SECO (1972), MARCOS MARÍN (1974), ALONSO (1974[2]), SARMIENTO Y SÁNCHEZ (1989), LÓPEZ GARCÍA (1994), ALARCHOS LLORACH (1994[2]), MARÍN; GRAU; SÁNCHEZ (1998), BOSQUE; DEMONTE (1999) e RAE; ASALE (2009; 2011). A análise se baseou, principalmente, nos estudos da Análise de Discurso (ORLANDI, 1997; PÊCHEUX, 1988) de linha francesa e em contribuições do campo da História das Ideias Linguísticas (AUROUX, 1992; MARIANI, 2004). Observou-se, por exemplo, a pouca menção ao espanhol da América, a recorrência de designações que reforçavam positivamente a imagem da língua espanhola da Espanha, o silenciamento da diversidade linguística, tensões e contradições nos discursos que ora produzia sentidos de distanciamento ora de unidade, a recorrência da existência de um “espanhol comum” e a manutenção de uma relação de superioridade da Espanha em relação à América Hispânica |