Interseccionalidade de raça, classe, gênero e deficiência: dialogando sobre as condições sociais de desenvolvimento de mães e alunos com síndrome congênita do Zika vírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Bárbara Silva dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18785
Resumo: Pautado nos princípios teórico-metodológicos da teoria histórico-cultural, em especial na relação dialética entre a vivência/perejivânie e o meio no processo de desenvolvimento, o objetivo deste estudo foi analisar as condições de vida das mães e dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus matriculados nas creches e pré-escolas regulares da rede pública municipal da Baixada Fluminense, considerando a interseccionalidade de raça, classe, gênero e deficiência. Esta pesquisa se justifica pela necessidade de dar visibilidade às condições sociais e econômicas que marcam o desenvolvimento dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus, considerando a vida em situação de pobreza e vulnerabilidade social em que eles se encontram. Para tal, inseridos no projeto intitulado Pesquisas e ações intersetoriais entre educação e saúde na promoção da escolarização e do desenvolvimento de crianças com a síndrome congênita do Zika vírus na Baixada e Sul Fluminense (2019-2022), nos valemos de entrevistas, observações simples e questionário socioeconômico que foram realizados com as mães dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus. A partir dos registros das falas dessas mulheres e no diálogo da teoria histórico-cultural com a interseccionalidade, a construção dos dados e análises realizadas consideraram, sobretudo, as ideias: do meio, em sua multidimensionalidade, enquanto fonte de desenvolvimento; e da perspectiva relacional dos fatores sociais na qual os marcadores sociais da diferença não são estáticos, mas, sim, construídos histórica e dialeticamente. Nossas análises apontam para a necessidade de compreender que fatores como racismo, sexismo e capacitismo afetam as condições de vida das famílias, sobretudo no desenvolvimento dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus. Concluímos com este estudo que a intersecção dos marcadores sociais da diferença gera experiências singulares de injustiça social e que para compreender as vivências das mães e dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus é necessário visibilizar as múltiplas intersecções que se materializam e afetam as condições de vida dessas pessoas.