Representações sociais e experiências da paternidade no contexto da Síndrome Congênita do Vírus Zika

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Gabriella Pereira Leite dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4045
Resumo: Em 2015 ocorreu um aumento significativo de crianças nascidas com microcefalia, sem o conhecimento da causa, nem da extensão das consequências desse quadro clínico. Posteriormente, o Ministério da Saúde reconheceu que se tratava de uma Síndrome Congênita, devido ao amplo espectro de malformações, além da microcefalia. Tendo em vista a gravidade da situação e a ausência de estudos acerca da parentalidade e, especificamente da paternidade nesse novo cenário, o presente estudo objetivou investigar as experiências paternas e as representações sociais da paternidade de homens pais cujos filhos foram acometidos pela Síndrome Congênita do Zika Vírus. Participaram do estudo sete pais, residentes em cidades da Paraíba. Recorre se à entrevista semiestruturada cujos resultados foram analisados a partir da proposta de análise de conteúdo temática. Os resultados permitiram a construção de dois artigos científicos. O primeiro artigo retrata a experiência dos pais e, a partir dos dados, pôde-se construir seis categorias temáticas: a descoberta do diagnóstico; a vivência dos pais nos serviços de saúde; os primeiros meses de cuidado; as principais mudanças sentidas pelos pais após o nascimento do filho (a); as dificuldades enfrentadas; e a avaliação da própria experiência no dia- a- dia com o filho. No segundo artigo, que teve como objetivo apreender as representações sociais de paternidade, três categorias centrais foram delimitadas: significados acerca da Síndrome Congênita do Vírus Zika e da Microcefalia; representações sociais da paternidade e da maternidade e práticas de cuidado com o filho (a). Os estudos evidenciaram que as experiências paternas estão diretamente relacionadas à representação social da paternidade, ancorada, por sua vez, em um modelo de masculinidade ainda hegemônica e em uma visão tradicional de pai. Os pais acreditam que são responsáveis pela proteção da família e pela manutenção financeira da casa, assumindo um papel secundário nas práticas de cuidado com os filhos. No entanto, foram constatadas práticas indicativas de companheirismo e expressão de afetividade que apontam transformações a respeito da paternidade. Estima se que o estudo possa fomentar outras pesquisas sobre paternidade no contexto da malformação e deficiência, no sentido de dar maior visibilidade às narrativas paternas e subsidiar intervenções em saúde voltadas a esses atores.