Uma análise cartográfica do discurso na máquina prisional: pra quê e pra quem serve a prisão?
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20956 |
Resumo: | O objetivo principal desta pesquisa é interrogar o discurso da máquina prisional a partir de suas práticas cotidianas, que são atravessadas pela produção de mundo, com ênfase nas rotas de fuga encontradas na pesquisa cartográfica de uma policial penal e pesquisadora nos espaços prisionais do Estado do Rio de Janeiro. A partir disso, faz-se necessário compreender a construção desse espaço rizomático de pontas soltas que tocam de forma sensível tantas outras e que são atravessados pelas capilaridades de poder que se apresentam não só no espaço carcerário como fora dele. A escolha do córpus está associada à implicação da pesquisadora com o seu campo de pesquisa, uma vez que se trata de uma policial penal que pertence ao quadro de servidores da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro e já ocupou diversos espaços e posições dentro do sistema carcerário Fluminense. Neste sentindo, torna-se relevante tomar como ponto de chegada a proposta dos autores (Deusdará; Rocha, 2021), que situa a produção de um córpus entre o fazer e conhecer, as estratégias e os dispositivos que colocam em cena a tensão acerca da vinculação do pesquisador com a experiência à qual se dedica sua investigação.Além disso, os processos de subjetividade, que atravessam as múltiplas relações de poder na nossa sociedade, não estão dissociadas do corpo social, mas, ao contrário, são localizadas no funcionamento dos discursos que estão implicados nas análises institucionais. Segundo Foucault (2019), não há exercício do poder sem uma certa economia dos discursos de verdade que funcionam nesse poder, a partir e através dele. A partir disso, o trabalho tem, nas questões rizomáticas, pontas soltas que se afastam e vão sendo localizadas no fazer pesquisa, Deleuze e Guattari (1995). Dessa forma, é necessário compreender como esse poder se estabelece nas instituições e perpassa as extremidades, tornando-se seus efeitos de sentido na produção de necropolíticas, que se atualizam na produção de mundo. Assim, Mbembe (2018) afirma que os Estados Modernos se constituem do controle soberano sobre a mortalidade. Dessa forma, algumas reflexões precisam ser feitas no percurso desta pesquisa, com o intuito de responder à questão da existência de discursos que negam as práticas cotidianas de apagamento do sujeito desviante e sua exclusão do corpo social, de que forma ele tenta desconstruir o principal objetivo da máquina prisional e como esses discursos se atualizam nas práticas policiais penais? Nessa perspectiva, faz-se necessário interrogar tais discursos de verdade sobre a tentativa de reinserção social do sujeito preso. Como esses discursos se constituem? E que tipo de polícia penal se tem praticado? Sendo assim, retomo a noção de cartografia como formulada por Gilles Deleuze e Félix Guatari, também referenciados por Kastrup (2020), investigar um processo de produção, na tentativa de responder as inquietudes resultantes da tensão do processo de outramento no fazer pesquisa, ocupando duas posições enunciativas, em que a voz da pesquisadora se mistura à da profissional |