Caracterização petrológica e condicionamento estrutural de alojamento do enxame de diques de lamprófiro de Resende (Cretáceo Superior), estados do RJ e MG
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19790 |
Resumo: | A ocorrência de pouco mais de uma dúzia de diques de lamprófiro na porção oeste do município de Resende-RJ, região limítrofe entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, tem sido alvo de estudos que visam contribuir para o entendimento da evolução tectono- magmática da região durante o Mesozoico e o Cenozoico. De caráter alcalino e ultrabásico, estas expressões magmáticas rasas compõem diques pouco espessos, de coloração escura e mineralogia exótica, que integram um magmatismo alcalino regional e se inserem no Lineamento Poços de Caldas-Cabo Frio. Além dos diques alvo deste estudo, a região também compreende um embasamento proterozoico composto por rochas metamórficas orto e paraderivadas, corpos alcalinos cretácicos, como o maciço alcalino de Itatiaia (MAI), e rochas sedimentares da Bacia de Resende. Entretanto, em relação aos diques de lamprófiros, ainda há pouco entendimento quanto ao seu posicionamento na história tectono-magmática da região e controles deformacionais responsáveis pelo seu alojamento. Assim, neste estudo são apresentadas novas ocorrências de diques de lamprófiro, dados de petrografia, litogeoquímica e, principalmente, análises estruturais. Mais de 30 novos diques foram encontrados, todos com características físicas correspondentes a lamprófiros, configurando um enxame de diques dada a extensão areal e grande quantidade de corpos do mesmo tipo. Os diques de Resende são formados por uma rocha escura e composta por fenocristais de minerais ferromagnesianos anidros (clinopiroxênio e olivina) e hidratados (anfibólio e biotita) com formato euédrico emersos em matriz fina de mesma composição e vidro. Diagramas TAS e de alcalinidade confirmam a tendência alcalina e insaturada destas rochas. As altas taxas e ampla variação de elementos compatíveis (Ni, Cr, Sc, Sr) apontam para a presença de material magmático primário e ocorrência de extensiva cristalização fracionada. Elementos traços e terra-rara normalizados, e diagramas binários combinando razões entre estes apontam para um manto heterogêneo sublitosférico enriquecido em ETR’s leves (100 a 500x condrito). Os diques se dispõem em um set principal ENE-WSW, contendo mais da metade das expressões, e outros secundários, com direções NW-SE e WNW-ESE. Todas os corpos são sub-verticais, com exceção de um único sill encontrado. Os corpos do set principal são retilíneos e discordantes da foliação regional, que tem o mesmo strike (ENE-WSW), porém caimento médio mais suave em torno de 60°. Já os diques secundários ocorrem aproveitando fraturas prévias e apresentam deslocamentos seguindo um mesmo padrão e até diques em zigzag que resultam em inúmeras dilatações na direção NNW-SSE. Foi criado um modelo de alojamento para os diques encontrados levando em conta os diques classificados como bons paleoindicadores. Tal modelo aponta para um regime extensional, com o menor eixo compressivo sub-horizontal na direção NNW-SSE e o maior eixo sub-vertical. Estas análises também se enquadram em modelos tectono-sedimentares relativos à Bacia de Resende, que teria sido formada em multi-estágios, com o primeiro evento no Paleógeno, uma extensão NNW-SSE que formou as falhas de borda e principais lineamentos. Assim, com as idades já publicadas para alguns dos diques de lamprófiro na região (entre 84 e 72 Ma) e configuração hierárquica observada em campo, é possível que esse regime extensional também estivesse ativo durante o alojamento deste enxame de diques, considerada a primeira atividade do magmatismo alcalino na região |