Pelo reencantamento do mundo: palavra e cultura guarani como inspiração decolonial
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16867 |
Resumo: | Um grito de “Terra à vista” instaurou nossa certidão de nascimento, mesmo já nascidos. Os discursos literários colonialistas se tornaram um embrião para realizar nossa história sob a óptica do outro. Para Quijano (1992), o colonialismo se apresenta como uma forma de dominação direta, abrangendo as esferas política, social e cultural dos europeus sobre os povos conquistados de todo o mundo. Não se trata apenas de uma subordinação à cultura europeia, mas principalmente algo que atinge o imaginário dos povos dominados, o que podemos denominar "colonialidade cultural" (QUIJANO, 1992). A partir do colonialismo foi criada uma estrutura de discriminações sociais pautadas em hierarquias e alicerces racistas e patriarcais, responsáveis pelo que Mignolo chama de “ferida colonial”, trauma consciente da colonialidade sentida por aqueles que se encontram fora do sistema normativo imposto pelos processos colonizatórios. Reconhecer a ferida colonial é compreender que os conteúdos que estudamos são pré-formados a partir de uma retórica cuja âncora está na legitimação de um certo saber, que desvaloriza e marginaliza todos os conteúdos que se desviam da razão instrumental. A partir desse pensamento e do conceito de decolonialidade desenvolvido por autores como Walter Mignolo, Aníbal Quijano, Catherine Walsh, Ochy Curiel e María Galindo, pretendo contrapor a estética colonizadora ao saber guarani. Para tanto, utilizarei os escritos de Sandra Benites (2018), Eduardo Viveiros e Castro (1996), Graça Graúna (2013), Flusser (2007), dentre outros. Com isso, também pretendo transpor ao texto uma proposta de cura e reencantamento do mundo a partir da perspectiva guarani, ampliando as possibilidades de ver, de ser e de estar no mundo, o que também nos possibilita refletir sobre a presença da literatura indígena no território literário e no âmbito acadêmico |