Os Doze Passos do “ganso”: a trajetória de policiais militares usuários de drogas em uma instituição reinterpretativa
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17608 |
Resumo: | A pesquisa apresenta e discute o Renascer, uma iniciativa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) para o tratamento de policiais usuários de drogas lícitas e ilícitas. Desde o início da década de 1990, a PMERJ mantém um ambulatório para o tratamento da dependência química na estrutura de seu hospital central. O principal serviço oferecido é a internação de caráter voluntário (com duração de aproximadamente 35 dias). Além da desintoxicação através da abstinência e administração de medicamentos, no local é adotada a metodologia dos Doze Passos, oriunda de grupos como Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos. Para dar conta do tema foi realizada pesquisa de campo, onde pude coletar dados a partir da observação direta e realização de entrevistas com funcionários e expacientes ao longo de 2016 e 2017. O objetivo do trabalho é apresentar como o tratamento para a reabilitação desses indivíduos baseia-se em um processo de reconstrução individual a partir da reinterpretação de suas trajetórias. Pensando sob a perspectiva da reconstrução do self, parto do conceito de instituições totais de Erving Goffman (1971) e da releitura do conceito proposta por Susie Scott (2011) intitulada instituições reinventivas para cunhar o conceito de instituições reinterpretativas. Demonstro a partir dos relatos dos policiais como o tratamento opera através de uma tentativa de reconstruir essas trajetórias, desde a infância até os dias atuais. Essa reconstrução implica na reinterpretação momentos considerados importantes, como: a identificação do comportamento “adicto”, o início da carreira de uso da substância, a entrada na Polícia, a “época boa” do uso de drogas, o “fundo do poço”, a conscientização do diagnóstico da dependência química e a incorporação do modo de vida “em recuperação”. Ao longo desse processo foi possível identificar uma forma específica de reportar essas trajetórias e de criar significados comuns a partir dessas experiências individuais. O trabalho aborda ainda a forma como esses policiais veem a si mesmos e como se consideram vistos pela corporação, antes e depois de experienciar o tratamento. |