Sorrisos infantis na luta pela terra: a participação das crianças na vida política da sociedade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gonçalves, Bárbara de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20194
Resumo: A participação das crianças nas diferentes esferas da sociedade levanta questões a respeito de sua condição enquanto sujeitos políticos. A infância inserida em um contexto de lutas apresenta pistas significativas a respeito da vida política que as crianças desenvolvem, atuando junto a seu grupo de pertencimento social na busca pela transformação da realidade. A pesquisa realizada junto às crianças que fazem parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) permite observar não só a atuação das crianças em movimentos sociais, mas as especificidades de uma organização política que defende a participação infantil. Partindo dos aportes da Sociologia da Infância que considera que as crianças são parte constituinte do mundo e integram uma realidade social específica, que se relacionam entre si e com todos os outros que as cercam, com quem irão elaborar sentidos para sua existência, direção para suas ações, procurando compreender as relações sociais nas quais estão inseridos, modificando-as à sua maneira e cultura, podemos investigar de que maneira as crianças procuram se posicionar diante dos problemas sociais que vivenciam, como os percebem e de que maneira se organizam, na luta pelos seus direitos, entre eles o direito de se organizar e lutar por aquilo em que acreditam e defendem. Tornando-se necessária para se compreender o ambiente de vida dessas crianças uma investigação sobre a situação do campo no Brasil, suas contradições, história e os debates que se travam em torno de seu conceito. A pesquisa de campo se realiza em dois momentos singulares promovidos durante o ano de 2017 no estado do Rio de Janeiro pelo MST, sendo eles: a visita a uma escola municipal localizada no Assentamento Campo Alegre, durante uma atividade de preparação para o Encontro Estadual; e o próprio XX Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha. Durante o decorrer da pesquisa constatamos que as crianças e as infâncias observadas estiveram à sua maneira, diretamente vinculadas à vida política e econômica da sociedade, participação que foi impulsionada por meio de sua organização em movimento social e que se faz necessária por questões materiais e culturais que a vida impõe a elas. Observando ainda outros casos de participação política das crianças na sociedade, podemos considerar que estas ocorrem independente da opinião pública geral, condicionados pelas suas situações concretas de vida, na medida em que este é fator determinante de suas reivindicações e da legitimidade que estas alcançam socialmente. A participação infantil é naturalizada quando reforça os comportamentos instaurados pela ideologia dominante, porém é coibida quando carrega em si componentes essenciais para a transformação social. Compreender essa questão é fundamental para o debate a cerca da legitimidade da participação social infantil nas esferas decisórias da nossa sociedade.