Transplante de células-tronco mesenquimais de medula óssea em ratos com hipertensão renovascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lira, Rafaelle Cavalcante de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12673
Resumo: A hipertensão renovascular (HRV) é resultante de uma diminuição no fluxo sanguíneo renal devido à estenose da artéria renal, e a subsequente ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é o ponto de partida para a instalação da hipertensão arterial sistêmica. HRV é uma doença progressiva e, quando não tratada, leva ao estabelecimento da doença renal crônica (DRC). Até o momento, não existe tratamento específico e, nas fases avançadas, a única alternativa de tratamento é a diálise e/ou transplante renal. A carência de órgãos disponíveis para o transplante, dentre outros fatores, limita esse tratamento e leva à necessidade iminente do desenvolvimento de novas terapias funcionais. As células-tronco mesenquimais (CTM) se tornaram grandes candidatas pela capacidade de preservar a função renal e atenuar a lesão renal, através da produção de citocinas e fatores de crescimento (Van Koppen et al, 2012). Neste trabalho, avaliamos os efeitos terapêuticos do transplante das CTM de medula óssea na região subcapsular renal, no modelo experimental de hipertensão renovascular (clipagem na artéria renal esquerda, dois rins, um clipe - 2R1C). As alterações morfológicas e funcionais foram analisadas, incluindo a atividade e expressão da Na++K+-ATPase, a expressão da enzima conversora da angiotensina (ECA) e dos receptores da angiotensina tipo 1 (AT1R) e tipo 2 (AT2R). Ratos Wistar (n=18) foram divididos em 3 grupos: Sham, 2R1C e 2R1C+CTM (receberam transplante após 4 semanas da clipagem). A eutanásia ocorreu após 2 semanas do transplante (semana 6), onde os rins foram coletados e processados para microscopia e Western Blotting. Para rastrear as CTM no parênquima renal, utilizamos células GFP+ no transplante e a análise foi realizada pela citometria de fluxo e imunoperoxidase. Os animais 2K1C desenvolveram hipertensão acompanhada por aumento na expressão da renina, da ECA, do AT1R e redução na atividade e expressão da Na++K+-ATPase e AT2R. A terapia com CTM diminuiu a pressão arterial sistólica, a expressão da renina, ECA, AT1R, e restaurou a atividade e expressão da Na++K+-ATPase e AT2R. Além disso, o transplante com CTM reduziu a fibrose e a expressão do TGF-β, contribuindo para restruturação dos glomérulos e túbulos. Também observamos aumento na expressão da podocina, redução da proteinúria, dos níveis de ureia plasmática e glicose, e restauração nos níveis plasmáticos das proteínas totais. Concluímos que um único transplante de CTM na região subcapsular no modelo 2R1C foi capaz de promover efeitos benéficos na restruturação morfológica e funcional, tornando-o uma terapia eficaz no tratamento da doença renal crônica.