Valores de referência da velocidade de marcha de uma população idosa com características cognitivas e funcionais de envelhecimento bem-sucedido
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18735 |
Resumo: | A marcha resulta de movimentos rítmicos e coordenados, exigindo uma interação adequada de múltiplos sistemas do corpo humano. Considerada marcador de reserva funcional, a análise da velocidade de marcha (VM) é também conhecida como o sexto sinal vital. É um método simples e pode ser utilizada tanto em pesquisas como em diferentes cenários de assistência, tanto isoladamente quanto inserida em algoritmos diagnósticos. Sua conhecida correlação com desfechos negativos de saúde, tais como quedas, hospitalização, institucionalização e até mesmo morte, possibilita a detecção de idosos vulneráveis. Também é útil para acompanhamento longitudinal do indivíduo, uma vez que é dinâmica e responde a medidas de intervenção. É de conhecimento da comunidade científica que questões regionais como socioeconômicas, étnicas, fenotípicas e culturais interferem nos resultados de VM. No Brasil, até o momento, são escassos os estudos na área, não tendo definido os pontos de corte de VM apropriados para a população brasileira. A proposta do presente estudo foi preencher essa lacuna existente e estimar valores de referência da VM em idosos brasileiros com cognição e funcionalidade de envelhecimento bem-sucedido (EBS). Foram incluídos neste estudo os dados de 7609 voluntários, com 65 anos ou mais, de ambos os sexos, de dezesseis municípios brasileiros, participantes do estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (Fibra-BR). Foram excluídos indivíduos com ausência de EBS e aqueles com dados ausentes das variáveis de interesse. Foram determinados os percentis 5, 10, 20, 25, 50, 75, 90 e 95 da VM, estratificados por sexo, idade e altura. Após as exclusões, 3218 indivíduos foram analisados, sendo 62,6% mulheres; a média de idade foi de 71,8 (±5,3) anos e a de altura de 1,59 (±0,1) metros. A maioria dos participantes (72,8%) tinham até 75 anos, eram da cor branca (53,8%) e eram casados ou viviam com companheiro(a) (53,4%). Quanto aos dados clínicos, a maioria não era etilista (69,4%) nem tabagista (90,6%) e eram portadores de uma ou duas comorbidades (53,1%). A média de VM encontrada na amostra foi de 0,99 (±0,26) m/s (homens: 1,06 (±0,28) m/s; mulheres: 0,96 (±0,25) m/s). A VM foi superior no sexo masculino, independente do estrato etário e com redução progressiva com o avançar da idade. Uma análise de regressão múltipla demonstrou que idade, altura e gênero foram determinantes da VM, explicando 8,6% dessa variável. Apesar de se tratar de uma pesquisa com delineamento transversal, por ser um estudo inovador, acredita-se que tais valores poderão ser utilizados tanto no rastreio do idoso vulnerável como para acompanhamento de sua funcionalidade. Entretanto, ressalta-se a necessidade de estudos longitudinais para validação dos valores apresentados.± |