Estudo bioestratinômico de Itapeuasaurus cajapioensis (Dinosauria, Diplodocoidea) da Formação Alcântara, Cenomaniano da Bacia de São Luís

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rego, Ana Carolina Nunes de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23307
Resumo: Um jazigo fossilífero na praia de Itapeua, município de Cajapió, norte do Maranhão, Formação Alcântara (Cenomaniano), trouxe um registro significativo de espécimes atribuídos a Itapeuasaurus cajapioensis (Dinosauria, Diplodocoidea). Foi feito o estudo das feições tafonômicas macroscópicas, em sua maior parte de assinaturas bioestratinômicas. Os fósseis consistem em vinte e dois espécimes, nos quais foram analisadas as seguintes feições: i) transporte; ii) disarticulação; iii) posição dos fósseis em planta; iv) equivalência hidráulica; v) bioerosão; vi) corrosão vii) marcas de predação e/ou necrofagia; viii) marcas de pisoteio; ix) integridade física; x) graus de abrasão; xi) estágios de intemperismo; xii) padrões de quebra; xiii) deformação e xiv) coloração. O material foi encontrado 100% desarticulado e não foram identificadas marcas de dentes ou pisoteio. A análise da equivalência hidráulica e dos fósseis em planta indica que houve transporte, porém se exclui a possibilidade de animais terem servido como agentes transportadores. As duas feições que ocorrem predominantemente são corrosão e bioerosão, em 18 fósseis. Em relação à bioerosão, provavelmente houve um tempo relevante de exposição antes do soterramento, suficiente para que ocorresse a colonização de organismos. Todos os fósseis possuem marcas abrasivas, onde 7 espécimes apresentam grau 1, 13 se encontram no grau 2 e 2 estão no grau 3. A análise da abrasão indicou energia do ambiente e transporte. Das feições intempéricas, 7 estão no estágio 2, 14 estão no estágio 3, 1 se encontra no estágio 4. Nenhum fóssil se encontrava nos estágios 0-1 de intemperismo, indicando que houve uma exposição prolongada antes do soterramento. O padrão de quebra foi analisado em ossos longos e constatou-se que a maioria apresenta quebras típicas do período pré-soterramento. Em relação à integridade física, 10 são fragmentos, 6 se encontram parcialmente preservados e 6 estão completos. De acordo com o padrão de coloração, pôde-se constatar indícios da possibilidade de óxido de ferro, manganês, matéria orgânica e umidade estarem presentes no solo. Foi identificada compressão litostática em 5 dos espécimes. Observou-se evidências de retroalimentação tafonômica, aparentemente recente, em 1 espécime, que pode ter permanecido em zona intermaré ou submerso tempo suficiente para que houvesse colonização de organismos sésseis. Estes fósseis possuem feições que indicam transporte hidráulico e retrabalhamento, boa parte foi exumado e redepositado, logo a inferência de tempo a estas feições pode ser inconsistente. Por fim, as análises tafonômicas indicam que dos fósseis de Cjapió, provavelmente, não perteceram a um único indivíduo.