Contribuição do marcador anti-HBc na interpretação do perfil da infecção para vírus B da hepatite em doadores de sangue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Nogueira, Carmen Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Medicina Laboratorial e Tecnologia Forense
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HBV
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15027
Resumo: O marcador do capsídeo do vírus B da hepatite, anti-HBc, foi introduzido na rotina de triagem de doadores de sangue como uma ferramenta indireta para detecção de casos de hepatite Não A e Não B. Seria descontinuado na vigência da introdução de teste mais específico, mas a evidência da transmissão de casos de HBV por indivíduos negativos para o marcador do antígeno de superfície HBsAg do HBV, fez com que fosse mantido. O presente estudo tem por objetivo avaliar a contribuição do marcador para aconselhamento de doadores de sangue e evidenciar os benefícios do seu uso ao longo dos anos. O estudo analisou os resultados das doações de sangue feitas a um núcleo de hemoterapia, na região sudeste do Brasil, Estado do Rio de Janeiro, entre 2006 e 2013. Nas 48.142 doações de sangue foram selecionados 901 resultados anti-HBc positivos, HBsAg negativos. As amostras foram buscadas na soroteca. Correspondiam a 73% de doações feitas por homens e 27% por mulheres. A frequência da idade é de 45% indivíduos até 39 anos e 55% igual ou maior que 40 anos. Encontradas em integridade e volume suficiente, 768 amostras foram submetidas a um segundo teste anti-HBc com confirmação dos resultados em 91,2% das amostras iniciais (700). Realizado o anti-HBs de todas as 700 amostras, com perfil Não Imune (NI) anti-HBs negativo foram encontradas 90 (12,9%), Parcial Imune (PI) 120 (17,1%) e Imune (I) 490 (70%). Em 87 amostras anti-HBc isoladas, foi feito o teste molecular para identificação do HBV-DNA. Um grupo controle, pareado por sexo e idade de resultados anti-HBc acompanhados de anti-HBs, PI (50) e I(50), foi também testado para o HBV-DNA. No grupo NI, 6 amostras tiveram HBV-DNA detectável e 1 amostra no grupo PI também. O HBV-DNA não foi detectado nas amostras com anti-HBs com titulo maior ou igual a 100UI/mL. A realização do marcador anti-HBc, no período estudado, permitiu evitar a transfusão de unidades de sangue com HBV DNA detectável em doações anti-HBc positivas, onde se admite que o nível de HBsAg fosse não detectável, pelas técnicas em utilização. Um caso encontrado detectável entre amostras com titulo de anti-HBs entre 10 e 100UI/mL (76UI/mL), cuja carga viral foi de 46.210 UI/mL, pode representar a presença, com consequente impedimento da transfusão, de variante mutante do HBsAg. Dispor do marcador anti-HBs, indicador de resolução da infecção HBV, permite avaliar o perfil de potencial infeccioso do individuo saudável que se candidata a doação de sangue. Esse resultado permite, portanto, orientar o doador de sangue sobre o real significado do resultado obtido na doação, quanto à conduta individual e coletiva no que tange aos seus contatos sociais e íntimos. O resultado encontrado também permite concluir pela possibilidade de doação de sangue por indivíduos portadores de hepatite oculta (OBI).