Análise da mecânica ventilatória de indivíduos portadores de esclerose sistêmica através da Técnica de Oscilações Forçadas.
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12726 |
Resumo: | A Esclerose sistêmica (ES) é uma doença crônica, multissistêmica caracterizada por fibrose e anormalidades vasculares na pele e em órgãos viscerais. As complicações pulmonares são as principais causas de morte e morbidades associadas à doença. Os testes de função pulmonar apresentam-se anormais em 67-95% dos pacientes com ES. Alguns estudos têm demonstrado o elevado potencial da Técnica de Oscilações Forçadas (FOT) na detecção das alterações da mecânica respiratória de diversas doenças respiratórias, no entanto não existem trabalhos na literatura que utilizem esta técnica em pacientes com esclerose sistêmica. Desta forma, os objetivos desta pesquisa foram (1) analisar as alterações das propriedades resistivas e reativas do sistema respiratório em portadores de ES e (2) investigar o potencial de uso diagnóstico desta técnica. Trata-se de um estudo observacional controlado. Na primeira parte do estudo, realizada com base no exame espirométrico, foram analisados 82 indivíduos, 30 indivíduos controles e 52 pacientes com diagnóstico de ES, sendo 22 normais ao exame espirométrico e 30 com distúrbio ventilatório restritivo à espirometria. Em um segundo estudo, baseado na avaliação de volumes pulmonares, 50 indivíduos foram avaliados, 21 indivíduos controles e 29 com ES, sendo 7 normais ao exame de volumes e 22 com distúrbio ventilatório restritivo detectado por esse exame. Todos os indivíduos realizaram exames da FOT para análise das propriedades resistivas e reativas do sistema respiratório. Posteriormente aos exames da FOT, os indivíduos foram submetidos à espirometria e/ou exame de volumes. Considerando os grupos divididos a partir da espirometria, os parâmetros resistivos, reativos e o módulo da impedância do sistema respiratório em 4Hz (|Z4Hz|) modificaram-se significativamente (KW- ANOVA/ANOVA, p<0,004). Na comparação entre grupos, o grupo restritivo apresentou as maiores alterações em todas as variáveis estudadas. Considerando o exame de volumes pulmonares, os parâmetros elásticos, |Z4Hz| e a inclinação da curva de resistência (S) apresentaram alterações significativas (KW-ANOVA, p<0,006), já as demais variáveis resistivas (resistências total e média, R0 e Rm, respectivamente) demonstraram uma tendência à aumento. Nessa análise, o grupo restritivo também apresentou maior prejuízo nos parâmetros oscilométricos e volumétricos. A ES resultou em alterações nas propriedades resistivas e reativas do sistema respiratório. Na análise do poder diagnóstico da FOT, sendo a espirometria referência, na comparação entre o grupo normal ao exame e o restritivo, a reatância média (Xm) apresentou valor útil para uso clínico com valor de área sob a curva (AUC) de 0,81. Já na comparação entre os grupos controle e restritivo, R0, complacência dinâmica (Cdin,sr) e |Z4Hz| apresentaram os seguintes valores de AUC, 0,81, 0,95 e 0,91, respectivamente, representando alta acurácia para as últimas duas variáveis. Com o exame de volumes como referência, comparando os grupos controle e restritivo, a Xm e a freqüência de ressonância (fr) destacaram-se com valores de 0,82 e 0,81 de AUC, respectivamente. Esses resultados são coerentes com as alterações fisiopatológicas relacionadas à esclerose sistêmica, que podem incluir fibrose difusa envolvendo o interstício pulmonar, a parede brônquica e o septo alveolar com alteração da sua arquitetura, confirmando o potencial da FOT na avaliação das modificações na mecânica respiratória relacionadas à ES. |