Avaliação inicial do trato urinário inferior de crianças com mielomeningocele submetidas à correção intrauterina e pós-natal
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22386 |
Resumo: | Mielomeningocele é um defeito congênito do sistema nervoso central e a maioria dos indivíduos com esta condição desenvolve bexiga neurogênica, o que pode resultar em doença renal crônica. Tradicionalmente, a cirurgia para correção da mielomeningocele é realizada nas primeiras horas seguintes ao nascimento. Há alguns anos foi criado o reparo intrauterino da mielomeningocele, com resultados encorajadores em relação à hidrocefalia e à função motora, mas com benefícios ainda não tão claros na função do trato urinário. O objetivo deste estudo foi avaliar a função inicial do trato urinário inferior de crianças com mielomeningocele submetidas ao reparo cirúrgico intrauterino, comparando com crianças com mielomeningocele submetidas ao reparo pós-natal. Foi realizado um estudo transversal com base nos registros de prontuários de crianças com mielomeningocele admitidas no período de janeiro de 2017 a janeiro de 2022 e atendidas nas unidades da Rede SARAH no Rio de Janeiro e em Brasília. Na pesquisa foram incluídas 147 crianças, separadas nos grupos reparo intrauterino, com 44 crianças e reparo pós-natal, com 103 crianças. Foram descritos e analisados: características sócio-demográficas, funcionais e clínicas; repercussões no trato urinário superior; parâmetros urodinâmicos e classificação de risco para deterioração do trato urinário superior após os exames urológicos, comparando os dados dos dois grupos. As crianças do grupo reparo intrauterino foram admitidas mais precocemente (entre 1 a 27 meses; mediana 3.50 [IIQ 2.00-6.00] no grupo intrauterino e entre 1 a 34 meses; mediana 6.00 [IIQ 3.00-12.5] no grupo pós-natal) (p = 0.001) e realizaram os exames urológicos de forma mais precoce (entre 4 e 31 meses; mediana 10.0 [IIQ 7.00-14.2] no grupo intrauterino e entre 4 e 36 meses; mediana 15.0 [IIQ 10.5-21.5] no grupo pós-natal) (p < .001). Em relação aos parâmetros urodinâmicos, não foram observadas diferenças significativas na frequência de hiperatividade detrusora, com percentual alto em ambos os grupos (p = 0.532; IC95% 0.88 a 1.28), nas pressões detrusoras de perda (p = 0.799; IC95% -34.9 a 41.5) e nas pressões detrusoras ao final do enchimento (p = 0.484; IC95% -4.00 a 2.00) entre os pacientes submetidos à cirurgia intrauterina e à cirurgia pós-natal, levando a uma classificação de risco semelhante entre os grupos. Também não foram observadas diferenças nas frequências desfechos considerados desfavoráveis, como alterações da função renal nos exames laboratoriais (p = 0.471; IC95% 0.46 a 5.26), hidronefrose moderada a grave (p = 0.897; IC95% 0.12 a 5.72) e refluxo vesicoureteral graus III a V (p = 0.818; IC95% 0.29 a 2.58). Nossos resultados, portanto, não evidenciaram diferença na avaliação inicial da função do trato urinário inferior das crianças submetidas ao reparo intrauterino da mielomeningocele, quando comparadas às crianças submetidas à cirurgia pós-natal. |