Prevalência, caracterização e distribuição dos genótipos, e perfil de mutações do pré-core do vírus da hepatite B em doadores de sangue do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Correia Júnior, António Ludgero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7791
Resumo: A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) continua sendo um grave problema de saúde global, afetando cerca de dois bilhões de pessoas. O HBV é classificado em 10 genótipos (de A a J) e possui distribuição geográfica diversa. Alguns genótipos estão relacionados com a evolução da infecção, severidade da doença e surgimento de mutações que podem afetar a capacidade de resposta do sistema imunológico e a eficiência do tratamento terapêutico. A mutação do pré-core mais relatada é a G1986A que leva à introdução prematura de um códon de finalização na região de pré-core impedindo a produção antígeno e da hepatite B (HBeAg). Doadores representam uma população saudável e são ideais para estudar infectividade viral, pois evita o viés de seleção de indivíduos que usam drogas antivirais. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e tendência temporal da infecção por HBV entre os doadores de sangue de 2001 a 2011 na cidade do Rio de Janeiro, caracterizar a diversidade e evolução dos genótipos de HBV nesse período e analisar o perfil de mutações do pré-core do genoma do HBV. A primeira parte do estudo foi realizada em amostras de 109 doadores de sangue carreando marcadores do HBV no Rio de Janeiro de 2001 a 2011. Os resultados da sorologia foram confirmados por imunoensaio e a caracterização molecular foi realizada por PCR em tempo real e sequenciamento direto seguido da análise filogenética. Dos 109 doadores, 81% eram do sexo masculino e a média de idade foi de 35 anos. A faixa etária mais acometida foi acima dos 30 anos. Quatro genótipos foram detectados entre os 99 indivíduos cujas amostras foram genotipadas com sucesso: A (73,7%), D (16,2%), F (8,1%), e E (2,0%). A frequência de doadores infectados com o genótipo A diminuiu quase ao mesmo ritmo a frequência de doadores reagentes para HBsAg e anti-HBc. Além da diminuição do número de doadores infectados por HBV, encontramos dois indivíduos carreando o genótipo E. Para a realização da análise de mutação do pré-core foram utilizadas amostras de 23 indivíduos. A análise da mutação do pré-core revelou que 26,1% dos indivíduos (6/23) foram infectados com cepas apresentando a mutação G1896A, dos quais quatro eram do genótipo D. A presença de HBV genótipo E, incomum no Brasil, e de cepas de HBV carreando mutações do pré-core reforça a importância do banco de sangue como sentinela para a identificação de novos genótipos circulantes no país e sua pronta notificação, ajudando assim a melhorar o planejamento de políticas de saúde pública e impulsionar medidas de prevenção, tratamento e monitoramento da infecção.