O processo transicional de familiares e crianças com leucemia: contribuições para a enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Passos, Renata dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19991
Resumo: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, cujo objeto é o processo transicional de familiares e crianças com leucemia. Os objetivos foram: identificar a percepção dos familiares e crianças com leucemia sobre os cuidados recebidos da equipe de saúde durante o tratamento; descrever o processo de transição dos familiares e crianças com leucemia, durante o tratamento; e discutir como a enfermeira pode contribuir para uma transição saudável de familiares e crianças com leucemia, na perspectiva de Afaf Meleis. Utilizou-se entrevista narrativa como técnica de coleta dos dados e teve como questão norteadora, para familiares, “Fale a respeito de sua vida que tenha relação com a doença de seu filho e os cuidados de saúde que seu filho e sua família, receberam da equipe de saúde, durante o tratamento”; e, para crianças com leucemia, “Fale sobre os cuidados que você e sua família receberam da equipe de saúde durante o seu tratamento”. As entrevistas foram realizadas entre maio e agosto de 2019, mediante aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer nº 3.110.659. Realizou-se análise de conteúdo da produção dos dados. Emergiram da categorização dos dados obtidos nas falas dos familiares e crianças com leucemia duas categorias e quatro subcategorias. A partir do momento do diagnóstico da doença, houve consciencialização, engajamento dos participantes e comprometimento com o processo transicional. Ao utilizar a associação da vulnerabilidade e suas dimensões e a teoria das transições ao objeto de estudo, concluiu-se que familiares e crianças com leucemia apresentaram transições saúde-doença, situacional e organizacional, e estiveram vulneráveis nas esferas individual, social e programática. Evidenciou-se a percepção tanto dos familiares quanto das crianças acerca dos cuidados de saúde recebidos durante o tratamento. Os familiares relataram o que sabiam sobre a doença que acometeu as crianças e expressaram seu sofrimento e expectativas em relação ao tratamento e à cura. O medo de a criança não resistir e morrer foi abordado pelos entrevistados. O relacionamento dos familiares com os profissionais de saúde e enfermagem que cuidam das crianças adoecidas também foi citado, evidenciando a importância de tais profissionais no processo transicional destes familiares. As crianças com leucemia relataram o que elas sabem sobre a doença. O medo em relação à doença e ao tratamento, sofrimentos em decorrência do afastamento da família, amigos e escola foram citados. A dor e os cuidados relacionados ao cateter tiveram grande destaque na fala das crianças participantes. Também houve relatos das crianças sobre o seu relacionamento com a enfermagem e demais profissionais de saúde durante todo processo de transição e vulnerabilidade. A enfermeira pode atuar como facilitadora deste processo ao qual crianças e familiares são submetidos. Ela deve realizar ações estratégicas que versem para práticas educacionais, possibilitando o processo de mudança e engajamento com o processo transicional para que, assim, familiares e crianças com leucemia avancem para uma transição saudável. O encontro de medidas equilibradas durante o longo período de tratamento colaborou positivamente neste processo.