Um jardim para além do paraíso: Geografia Cultural e Arqueologia da Paisagem no Passeio Público do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Martins, Christiane Chagas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18752
Resumo: O Passeio Público do Rio de Janeiro foi mais do que um jardim para entretenimento social, foi uma estratégia política e cultural de produção do espaço. Entendido como um artefato arqueológico histórico e como uma forma espacial híbrida entre natureza e cultura, a arquitetura e o paisagismo desse jardim contêm para além de suas funções primeiras e práticas, funções segundas com uma forte carga simbólica. Esse simbolismo presente nos seus diferentes estilos paisagísticos lhe conferiu uma linguagem espacial própria como fator de comunicação social e, como tal, capaz de ser analisado pela iconologia e a semiologia como caminhos possíveis para sua interpretação. Essa linguagem, que operou como uma gramática geográfica particular, participou de regimes de imagens e de visibilidades onde o jogo de operações visuais permitiram que o Passeio Público participasse, intensamente, na elaboração e constituição da ideia de paisagem carioca. Nesse sentido, considerando o Passeio um formador de paisagem e ele mesmo, simultaneamente, uma paisagem e um lugar, o conceito de paisagem serviu como base conceitual que perpassou toda a pesquisa. E a Geografia Cultural e a Arqueologia da Paisagem foram escolhidas para abrigarem o objeto pelas suas preocupações com o papel e a importância da cultura na produção, organização e percepção da paisagem. Pretende-se, nessa dissertação, interpretar e compreender a construção simbólica dos diferentes estilos paisagísticos deste jardim, por meio da leitura interpretativa da sua ordem espacial. Desse modo, verifica-se, na análise de seus signos espaciais, que o jardim do Passeio Público é mais do que um simples reflexo dos processos socioculturais, mas participou ativamente como um dos seus fatores constitutivos, atuando com um vetor de mensagens simbólicas que interferiram na construção da ideia de paisagem carioca e identidade nacionais.