Letramentos localizados na espectrologia: um percurso investigativo para as políticas curriculares
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19469 |
Resumo: | Defendo neste estudo que a noção de tradução e o pensamento da desconstrução, tal como desenvolvidos por Derrida, são potentes para compreender e investigar as diferentes significações que letramento/s assumem no campo e nas políticas de currículo que discutem o tema. Para isso, localizo letramentos na espectrologia derridiana (hantologie), apontando, assim, para o caráter espectral e indecidível de um fenômeno. Afasto-me de concepções clássicas de política curricular como um guia para a prática, como orientações produzidas por especialistas e implementadas por professores. Admito uma compreensão de políticas curriculares como política de significação que opera por traduções. Ao considerar a questão do perdão em Derrida e inscrever o debate proposto nesta tese na espectrologia, defendo uma política sem garantias, sem certezas e cálculos; necessária, mas impossível. Desenvolvo a discussão teórico-estratégica deste estudo com o aporte pós-estruturalista e pós-fundacional da Teoria do Discurso (LACLAU; MOUFFE) e suas incorporações no campo da educação no Brasil (LOPES; MACEDO; DIAS), o que me oportuniza pensar a política como tradução (LOPES; CUNHA; COSTA) e considerar relevante o diálogo com a produção sobre o tema para discutir a disputa por hegemonia – a qual é inseparável da ilusão de presença e, portanto, comporta consigo a sua própria desconstrução. Assim, localizo letramentos na ordem do rastro, em uma lógica não essencialista, e para operar com a disseminação de sentidos que tensiona o campo discursivo sem a pretensão de superar essa tensão. Neste percurso, disponho de textos políticos como o Pró-Letramento Alfabetização e Linguagem, Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e a Política Nacional de Alfabetização (PNA). Avanço na investigação a partir do realce aos sentidos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Entendo que a perspectiva discursiva oportuniza focalizar as contingências que atuaram para a formação de processos hegemônicos, por meio de uma discussão potente para des-sedimentar tais processos. Isso me possibilita debater o tema considerando demandas e atos de poder que ensejaram a cristalização de sentidos para letramento/s. Inspirada pelo pensamento da desconstrução da filosofia derridiana e apostando na potência para discutir a construção de hegemonias empreendida pela perspectiva discursiva laclauniana, tenciono disputar discursivamente sentidos sobre letramento/s que escapem à lógica essencialista e perfeitamente determinável. Nesse caminho, anuncio a hospitalidade a letramentos outros – talvez possíveis de serem significados, contingentemente, como leitura, escrita, imagens, sons, oralidade, gestos, expressões – letramentos-processo discursivo, em que não há precisão e garantias, apenas indecidibilidades que nos demandam responsabilidades como uma postura ético-política da filosofia do por vir. |