A dança dos opostos: Tai Chi e reconciliações no SUS.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4379 |
Resumo: | Através do resgate histórico das práticas integrativas de filósofos da ciência como Descartes, Galileu e Newton, esse ensaio sugere que a dicotomia entre arte e ciência, com reflexo nas práticas em saúde (arte de curar/cuidar X ciência das doenças), decorreu do processo de hegemonização do capital-industrial e não da ciência em si, julgada como mecanicista e fragmentada. Seguindo o movimento da contracultura, que propõe novas maneiras de agir e se relacionar frente a uma sociedade regida sob a égide dos valores da modernidade, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde apresentam-se como um caminho na superação de dicotomias e para a reconciliação entre arte e ciência nas práticas de saúde. O Tai Chi, arte milenar chinesa que pertence à categoria práticas corporais na Medicina Tradicional Chinesa, foi o interlocutor das possibilidades reconciliatórias investigadas na pesquisa empírica, que se deu junto ao grupo Nós Conscientes , de um Centro Municipal de Saúde do Rio de Janeiro-RJ. Através da observação participante, entrevistas e conversas com pessoas que participam do grupo e com profissionais do Centro de Saúde, no período entre agosto e novembro de 2016, emergiram aspectos sugestivos de irreconciliações, relacionados à formação em saúde, à cultura e à gestão. Porém, as reconciliações encontradas mostraram-se múltiplas, vivas, originais e só são possíveis porque estão sobre a plataforma que as sustentam: o SUS. Para além da arte e da ciência, mas a partir delas, as reconciliações desdobraram-se para as relações do Ser consigo mesmo, com os outros, com a natureza, com a cidade e com o Centro de Saúde. Os movimentos circulares, de expansão e recolhimento, de ciclo, continuidade, mudança e retorno, caracterizam a prática do Tai Chi, cuja essência é a interação e integração dos opostos yin e yang. Nessa dança dos opostos, assim como nas práticas em saúde, havendo amizade, felicidade, liberdade e multiplicidade na unidade, há reconciliação; mas, se não houver sincronicidade, a dança permanece irreconciliada. |