Estudo das relações entre o arcabouço estratigráfico e as alterações diagenéticas observadas na seção devoniana da Bacia do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Oliveira, Leonardo Costa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20018
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo discutir a interrelação entre o arcabouço estratigráfico e as modificações diagenéticas observadas na Seção Devoniana da Bacia do Paraná, sob a ótica da Estratigrafia de Seqüências. O estudo foi realizado com base em testemunhos obtidos partir de furos de sondagens realizados nas regiões de Tibagi e Ponta Grossa (PR), e na área de Dom Aquino (MT). Os furos localizados na região mais ao sudeste da Bacia do Paraná (Tibagi e Ponta Grossa) estão posicionados no intervalo Pragiano/Ensiano (Gaugris & Grahn, 2006), enquanto que aquele realizado na parte norte da bacia (Dom Aquino), corresponde ao intervalo Givetiano/Frasniano (Mendlowics Mauller, 2008). Por meio de análises petrográficas e de estudos de raios-X e de microscopia eletrônica de varredura foi possível obter uma boa visualização da evolução diagenética dos arenitos estudados. Dada as distintas condições sob as quais os sedimentos foram depositados, buscou-se analisar as variações deposicionais que originaram as diferentes fácies sedimentares observadas no Devoniano Inferior e Superior da Bacia do Paraná. Nesse contexto, o papel e a distribuição dos constituintes diagenéticos no arcabouço estratigráfico são de grande importância, em especial da bertierina, bem como da glauconita para-autóctone. A singularidade dos fatores responsáveis pela ocorrência destes dois minerais pode ajudar em importantes inferências ambientais. A bertierina está presente em ambientes próximos a deltas e estuários, enquanto que a glauconita é freqüentemente encontrada em ambientes mais profundos. A partir dessa análise foram propostas unidades diagenéticas, cuja distribuição foi, aparentemente, controlada pelo arcabouço estratigráfico. Para esta abordagem, foram utilizados os constituintes eodiagenéticos cuja gênese está intimamente relacionada às mudanças ambientais causadas pela variação relativa do nível do mar. As principais correlações foram obtidas para aqueles minerais eodiagenéticos que são comumente formados em condições transgressivas. Desse modo, com base na assembléia mineral e na evolução diagenética proposta, pôde- se observar que os ambientes pouco profundos, registrados no intervalo devoniano da Bacia do Paraná, propiciaram condições para a decomposição da matéria orgânica e, concomitantemente, a ocorrência de reações de oxiredução dos óxidos metálicos, principalmente, de ferro. Este ambiente, comum em um Trato de Sistema Transgressivo, teria gerado uma assembléia mineral característica composta, especialmente, por: siderita, pirita, glauconita e bertierina, freqüente nos arenitos estudados. Assim, a análise dos arenitos contidos na seção devoniana da Bacia do Paraná possibilitou uma correlação eficaz entre as superfícies-chave e os tratos de sistema identificados para as seqüências devonianas de 3ª e 4ª ordem e a evolução diagenética descrita.