Exprimíveis, sensações e expressividades nos quadrinhos do fim do mundo
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Artes |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17287 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é realizar um estudo sobre os quadrinhos do fim do mundo sob a ótica da filosofia do acontecimento. Levando em conta o exprimível que ronda os quadrinhos na superfície, sua instauração material como obra de arte de massa e seus pontos de expressividade, como conceber a expressão nos quadrinhos, considerando o balão, o personagem e a narrativa? Apesar da aparente tranquilidade e inocência relacionada tradicionalmente às histórias em quadrinhos, existe um universo obscuro que tangencia seus componentes e dificulta qualquer atitude além dos sentidos de fora, da sensação e da intensidade excessiva, o que inclui a realização de sínteses disjuntivas com o balão e outros elementos, que podem facilitar e ser facilitadas a partir do acontecimento narrativo. Inicialmente, através de um método bibliográfico, os quadrinhos são investigados de acordo com uma interpretação que leva em conta pressupostos teóricos apresentados por Émile Bréhier, Gilles Deleuze e Félix Guattari acerca da teoria dos incorporais dos estoicos, plano de imanência, plano de composição, sensação e linha de expressão. Tendo em vista este arcabouço teórico, foram consideradas as especificidades dos elementos dos quadrinhos considerando o balão, o quadro, a tipografia, as onomatopeias, a simbologia figurativa e a cor. Posteriormente, foi utilizado um método histórico comparativo para traçar um paralelo entre os suportes do discurso e da fala em imagens sacras, de humor e quadrinhos (filactérios, rótulos e balões), e a evolução do saber. Na sequência, através de um método bibliográfico, tratamos da imagem-tempo, narrativa e disnarrativa, considerando o balão e as histórias em quadrinhos. Enfatizamos a efetuação de um acontecimento em um fluxo que é sempre cortado por um momento em branco, de acaso, desconhecido, o espaço entre os quadros; e a duração e o espaço em Henri Bergson. Por fim, realizamos análises de Worlds’ End, arco narrativo da série em quadrinhos Sandman de Neil Gaiman, considerando os pressupostos teóricos apresentados anteriormente, com ampliações de questões relativas à imagem ótica pura e trazidas novos aspectos relacionados à linha de universo. Os exprimíveis passam pela superfície dos quadrinhos, mas não tem uma permanência, com uma expressão fugidia que os quadrinistas tentam capturar em suas obras, fazendo com que elas adquiram vigor e participem do devir quadrinhos do mundo. Envolve a passagem por uma estrada cheia de cortes oblíquos e acumulações sujeitas às forças infinitas dos perpétuos, senhores da expressão e da inspiração. Criam-se assim as grandes obras dos quadrinhos do fim do mundo, cheias de uma expressividade tão intensa que balão, personagem e narrativa se interpenetram, deixando aparentes as forças insensíveis e os novos sentidos que ganham objetividade e clareza em sua dissimetria. Percebe-se então que as sínteses disjuntivas extrapolam os limites do sensível, permitindo que o acontecimento narrativo nos quadrinhos seja muito mais vivo |