Efeito do bloqueio do receptor serotoninérgico 5- HT3 sobre os limiares térmicos e mecânicos de dor e na modulação condicionada da dor em humanos
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19376 |
Resumo: | A modulação endógena da dor é um termo abrangente que descreve a sucessão de eventos que o sistema nervoso central pode usar para reduzir e, em alguns casos, aumentar a sensibilidade a dor. Uma forma conhecida de modulação da dor é o fenômeno de inibição de estímulo doloroso prévio. O termo CPM - "conditioned pain modulation" é usado para descrever esse fenômeno em humanos. As vias da serotonina participam tanto das vias anti como pró-nociceptivas. É questionado se o emprego dos antagonistas da serotonina, em indivíduos submetidos a um estímulo nociceptivo, poderia ser um fator para aumentar a sensibilidade à dor e comprometer a terapia analgésica. A ondansetrona é um antagonista do receptor 5-HT3 de uso rotineiro para a prevenção de náuseas e vômitos no pós-operatório. Dessa forma, o objetivo era avaliar o papel da ondansetrona, sobre os limiares de dor térmica e mecânica, além da CPM em humanos. 17 voluntários participaram da pesquisa, sendo submetidos, de forma randomizada e duplamente encoberta, a receberem uma solução intravenosa sorteada, contendo: 1 - NaCl a 0,9%, no volume de 20 mL; 2 - NaCl a 0,9%, no volume de 20 mL e ondansetrona 8mg. Antes de cada intervenção, foram realizados os seguintes testes basais: limiares de detecção ao frio e ao calor; limiares de dor ao frio e calor, limiar de dor à pressão e CPM. Após 30 min da intervenção, foram refeitos os testes. Uma semana depois, os testes foram repetidos, porém, usando a solução oposta, de modo que cada participante fosse seu controle (crossover). Foi empregado o teste de Wilcoxon para comparar as variáveis. Nosso estudo demonstrou que a ondansetrona, administrada por via intravenosa, melhorou a CPM (p = 0,02), além de aumentar o limiar de detecção ao calor (p = 0,03) e diminuir o limiar de detecção ao frio (p = 0,01). Não houve influências sobre os limiares térmicos e mecânicos de dor (p> 0,05). Este estudo parece ser o primeiro a investigar o papel da ondansetrona em limiares de dor térmica e mecânica e modulação da dor condicionada em humanos saudáveis, através de testes quantitativos de sensibilidade. Há evidências de que os resultados relacionados ao antagonismo do receptor 5HT-3, por ondansetrona, ocorram através da inibição das vias descendentes facilitatórias, melhorando a CPM, através de mecanismos centrais, sem afetar os limiares térmicos e mecânicos de dor. Outros estudos em modelos humanos com dor crônica devem ser realizados para avaliar o papel da ondansetrona como parte do arsenal terapêutico de condições dolorosas. |