Representações sociais da deficiência mental: o senso comum enquanto espaço de resistência à inclusão do aluno com deficiência na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Oliveira, Lucy de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22600
Resumo: A deficiência mental foi marcada historicamente pelo estigma sustentado pela construção de imagens e de valores que levaram a segregação dos deficientes, bem como a punições, torturas e diferentes tipos de maus-tratos. O Cristianismo trouxe uma vertente assistencialista; a revolução burguesa propagou a ideologia da improdutividade e, com o avanço da medicina moderna, a deficiência mental passou a ser vista como um problema médico e não mais espiritual. A abordagem biomédica da deficiência fundou as noções de desvio e de anormalidade. A escolarização desses alunos foi segregada até a atualidade, quando surgiu a proposta de inclusão, que significa uma escola para todos, sem distinção. Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de compreender as representações sociais de professores sobre a deficiência mental e sobre o processo de exclusão. A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de questionário e entrevista semiestruturada a 25 professores do ensino fundamental do Instituto Superior de Educação do Estado do Rio de Janeiro. As entrevistas foram analisadas através da técnica de análise de conteúdo temática, buscando identificar os conteúdos representacionais verbalizados. As categorias observadas foram as seguintes: A deficiência mental e seus significados; O espaço escolar e o lugar destinado ao aluno com deficiência mental; as representações da deficiência mental e a ação pedagógica. Os resultados encontrados demonstram que as representações dos professores estão ancoradas à percepção da deficiência como uma doença, um problema da medicina, sendo considerado imprescindível um diagnóstico e até mesmo um tratamento específico. Como conclusão observa-se que as representações sociais refletem formas de resistência à inclusão do deficiente mental, fazendo com que este aluno não esteja excluído do ensino regular, passando, entretanto, à condição de excluído no interior da escola. Estes alunos continuam sendo excluídos não em razão da rejeição do professor, mas pela força das representações sociais da deficiência mental, representações essas solidamente construídas nas relações em sociedade.