O preço do óleo: terceirização, precarização e vivência do tempo no trabalho offshore

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sirelli, Paula Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22184
Resumo: A pesquisa apresentada aqui foi realizada objetivando compreender como as mudanças contemporâneas nas relações de produção, em especial a terceirização, vêm reconfigurando a precarização e como isto se materializa nas condições de trabalho e vida e nas formas de organização coletiva dos trabalhadores do setor de perfuração da Petrobras de Macaé. Foi realizada entrevista semiestruturada, com 15 trabalhadores: 11 terceirizados e 4 primeirizados. Trabalhadores efetivos e terceirizados do setor de perfuração da Petrobras vivenciam em seu cotidiano de trabalho relações típicas desta reestruturação produtiva: intensificação do trabalho, insegurança por tratar-se de um trabalho perigoso, precarização das condições e relações de trabalho. No entanto, os trabalhadores terceirizados experimentam estas transformações de forma muito mais intensa que os trabalhadores contratados de modo direto, pois lidam ainda com a insegurança do vínculo. Nossa tese é a de que a terceirização na Petrobras é uma forma de inserção da companhia na divisão internacional do trabalho, no novo padrão de concorrência trazido pela financeirização, bem como no benefício de grupos financeiros nacionais e internacionais. Esta inserção leva à necessidade de “modernizar” a produção, potencializar a exploração e a acumulação, tendo como principal ferramenta a terceirização. Este e outros “modernos” mecanismos de gestão só são possíveis de serem implementados pela quebra da capacidade de mobilização dos trabalhadores, conseguida pela instauração generalizada da insegurança e da precarização. É uma estratégia de destaque para a recomposição da taxa de lucro e de inserção da Petrobras na divisão internacional do trabalho e no novo padrão de concorrência trazido pela financeirização.