Configuração térmica horizontal e vertical do clima urbano do Central Business District (CBD) da cidade do Rio de Janeiro (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lemos, Lidiane de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19168
Resumo: A pesquisa objetivou analisar a influência da morfologia urbana no desempenho térmico, horizontal e vertical, da atmosfera do Central Business District (CBD) do Rio de Janeiro. Para tanto, os procedimentos metodológicos envolveram três etapas: pré-campo, experimento de campo e pós-campo. Na etapa pré-campo, estimou-se a termografia de superfície terrestre (TST) do verão (2014 a 2019) e inverno (2013 a 2019) e confeccionou-se o mapa de suscetibilidade climática, o UC-AnMAP, partindo da consideração de critérios da morfologia urbana. A confrontação entre as TSTs e o UC-AnMAp trouxe à tona a divergência dos resultados encontrados para a Av. Rio Branco. Assim, para o experimento de campo optou-se pela enfase ao canyon urbano da Av. Rio Branco a partir da coleta de dados em sete pontos através de dois transects movéis, uma estação meteorológica de controle instalada em área livre e gramada do Aeroporto Santos Dumont e verticais dos 50 metros iniciais da atmosfera urbana no Largo da Carioca, através de uma RPA. Dessa maneira, o experimento combinou coletas horizontais e verticais às 6, 13 e 20 horas, ao longo de dez dias de verão entre 24/1/21 e 15/3/21. O mapeamento do campo térmico horizontal na Av. Rio Branco avaliou que a morfologia urbana confere suscetibilidade à configuração de ilhas de calor (ICs), que apresentaram magnitudes que variaram segundo os distintos processos atmosféricos: muito forte (acima de 6,1°C) em situação de estabilidade; forte (4,1°C 6°C) em situação de instabilidade; e moderada (2,1°C a 4°C) em situação de pós-instabilidade. O horário das 13 horas foi o concentrador das cores térmicas, em especial no cruzamento da Av. Rio Branco/Rua do Ouvidor, com maior verticalização, e Praça Mauá, com ausência de vegetação. Outro aspecto interessante é que as maiores cores em todo o experimento não coincidem com o dia (31/1 - domingo) de maior registro de temperatura do ar (29,5°C), mas uma segunda-feira. Nessa segunda-feira, as ICs registraram 11,8°C na Av. Rio Branco/Rua do Ouvidor e 8,3°C na Praça Mauá. Possivelmente o calor antrópico tenha contribuído para a formação destes núcleos, reforçando a importância não apenas da forma urbana, mas do ritmo das funções urbanas. Por fim, para análise vertical, o horário das 13 também foi o que apresentou temperaturas mais elevadas e maiores gradientes do chão até 50 metros. Houve indícios de inversão térmica, porém, foi no horário noturno, do dia de maior registro de temperatura do ar (29,5°C), que em 50 metros a temperatura do ar foi 2,3ºC superior ao nível do chão. Esse resultado, quando confrontado ao monitoramento de radiossondagem do aeroporto do Galeão, sem ocorrência de inversão térmica, indica que, possivelmente, a rugosidade e o volume de edificações presentes no Largo da Carioca podem ter forçado a configuração do fenômeno, revelando, talvez, um novo processo gerador de inversões.