A educação integral na base nacional comum curricular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gigante, Camila Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18250
Resumo: O presente estudo tem como foco interpretar a significação de Educação Integral posta em marcha pela Base Nacional Comum Curricular, bem como possíveis desdobramentos que essa política curricular pode suscitar no panorama educativo nacional. O contexto que constitui a discussão da BNCC é marcado pela crescente defesa desta política como necessária, compreendida em nível nacional como uma base de conteúdos e competências que buscaria garantir um conhecimento comum a todos, apostando na ideia de igualdade visando defender uma educação democrática. Interessa, neste estudo, interpretar e discutir a ideia de igualdade como falha, bem como a noção de comum e nacional como excludentes. Tal interpretação é possibilitada pelo entendimento da dinâmica da integralidade da Educação e do currículo como discursivos, consequências de articulações que não apagam completamente o diferir. Essa problematização é desenvolvida pelo diálogo com a perspectiva discursiva balizada em estudos de autores pós-fundacionais (como Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Jacques Derrida), fazendo relações com o campo curricular, através de leituras de autores brasileiros (como Alice Lopes e Elizabeth Macedo). A partir dessas contribuições, entendo que a política da Educação Integral deve ser compreendida para além de uma ideia de ampliação da carga horária escolar, como a luta por uma formação humana integral, buscando considerar sujeitos, contextos, articulações e contingências envolvidos no processo de diferir da política. O estudo constará de uma interpretação teórica de documentos normativos, produções acadêmico-científicas e textos oficiais que envolvem a política da BNCC, tendo a noção de integralidade como foco. As contribuições de Stephen Ball sobre redes políticas serão também relevantes, com vistas a compreender a Educação Integral de uma forma menos cristalizada, auxiliando na compreensão de uma interpretação topológica da política. As redes políticas de Ball, contudo, são interpretadas levando em conta que toda produção discursiva se constitui através de contingências e precariedades. Apresento um caminho investigativo de leitura de documentos que compõem o material empírico que baliza as discussões sobre a relação entre integralidade e BNCC. Argumento que a ideia de Educação Integral pode ser entendida, com base nos documentos selecionados, para além do significante “integral”. Também é possível articular a essa questão múltiplas definições, como pleno desenvolvimento da pessoa, participação e colaboração social, pleno exercício da cidadania e uma ideia de transformação social, tornando a sociedade mais humana e justa. A ideia de qualidade da educação também permite a articulação de diferentes demandas, inclusive relacionadas à proposta da integralidade. Com isso, um dos investimentos desta pesquisa é, também, o de tentar desnaturalizar certas universalizações sobre Educação Integral, apostando em uma ideia democrática de esvaziamento de sentidos no currículo, desconstruindo processos que dificultam a circulação de ideias sobre o tema, que acabam por silenciar múltiplos sentidos na construção da política.