A conspiração da palavra e/ou a linguagem perturbada na escrita de Lourenço Mutarelli

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bastos, Brayan de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6277
Resumo: Esta dissertação busca o estudo das possíveis conspirações contidas nas palavras da obra romanesca do escritor brasileiro Lourenço Mutarelli, a partir do romance A arte de produzir efeito sem causa, mas descrevendo uma leitura diagonal por toda sua produção literária, desde O cheiro do ralo até seu livro mais recente, O filho mais velho de Deus e/ou Livro IV. São, portanto, oito romances estudados, contudo sem que a pesquisa pretenda esgotar a temática de qualquer um deles, dedicada a investigar um eixo que se desdobraria por todas essas obras. Nesse sentido, a noção de conspiração representaria, em sua escrita, uma força oculta que cada texto pode carregar, produzindo consequências devastadoras sobre os modos de organização da realidade: haveria, nas palavras, a capacidade de alterar ou produzir um novo estado de coisas? No plano das obras, essa potência se manifesta através de processos internos aos universos dos romances seus personagens, enredos e mesmo as decisões de estilo empregadas por Mutarelli e pela profusão de conexões perturbadoras estabelecidas com outros textos, autores e saberes, o que contribui para a formação de um corpo teórico orgânico implicado nas próprias narrativas (Spinoza, Nietzsche, Deleuze, Derrida, Lévi, Benjamin), produzindo uma construção simbólica própria do autor no universo fechado de cada romance e ao mesmo tempo aberto no contexto de sua produção. Optou-se por uma construção de dissertação estruturada a partir da sequência de cartas do tarô (sugerida em O natimorto, do autor, como paradigma de leituras) como forma de encetar leituras não decifratórias, mas criptográficas. Com isso, a dimensão simbólica aberta e prenhe de significados e a presença de elementos da cultura pop e opções estético-formais adotadas pelo autor promovem o encontro de cada romance com uma dimensão conspiratória e, em certo sentido, demoníaca da realidade ficcional. Assim, na articulação dos romances a textos teóricos de naturezas diversas, testa-se a hipótese de uma estética voltada para o entendimento do fazer literário como uma conspiração contra a linguagem instituída