Das possibilidades de ser à psicopatologia: uma visão fenomenológico-hermenêutica acerca da experiência de loucura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Scarlati, Lúcia Regina da Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15415
Resumo: A presente dissertação tem como questão norte a experiência de loucura. Tal questão se mostra a nós como algo digno de ser pensado a partir da compreensão de que, no mundo moderno, já sempre nos guiamos por intermédio de determinações, de categorias, que intencionam, às últimas consequências, definir todo e qualquer fenômeno. Aqui, reside todo saber pautado numa separação-oposição entre sujeito e objeto, entre homem e mundo. Na transfiguração do fenômeno em objeto, perde-se de vista aquilo que é próprio ao fenômeno, a saber, o simples se fazer presente, o se mostrar por si mesmo. E, por conseguinte, a própria experiência em jogo é obnubilada pelas determinações, que se antecipam ao fenômeno, de modo a dizer o que este são e serão. Desse modo, perguntamo-nos: como seria possível acompanhar a experiência da loucura? Isto é, como seria possível estar na experiência, prescindindo de qualquer categoria, de qualquer definição? Como estar e habitar o que seria mais próprio à loucura? Diante da questão que se interpõe, depreendemos como possibilidade de encaminhamento o próprio pensamento do filósofo Martin Heidegger, isto é, uma visão fenomenológico-hermenêutica se abriu como caminho possível para retornarmos ao mais simples, próprio à experiência. Longe de ser um caminho já dado, o que se mostrou foi um pensamento que se guia por simples acenos, por um algo que se insinua, instigando-nos a ir além. Nesse trabalho, propriamente habitamos o pensamento de sentido, que se constitui por sulcos, por fissuras, pelo próprio incontornável. O pensamento de sentido se constitui pela entrega ao mistério. Assim, todo desfiar do presente trabalho se sustentou nessa tênue linha, onde mantínhamos sempre a um passo atrás de toda e qualquer inferência. Tal sustentação só se mostrou possível, pois, encontramos resguardo na linguagem poética. Em verdade, foi mesmo a linguagem poética a condição de possibilidade para que pudéssemos nos deixar estar nesse estranho espaço de indeterminação. Vejamos, então, que esta possibilidade se abriu pelos próprios indicativos de Heidegger, donde compreendemos que o pensamento já sempre passa, de um modo ou de outro, pela linguagem. E, ainda, que a linguagem poética mais propriamente resguardaria o caráter mais originário da linguagem, a saber, o seu dizer, o seu desvelar. A linguagem poética, em seu dito, torna presente. Assim, guiamo-nos pelos dizeres da poesia e literatura de Machado de Assis, de modo que pudéssemos acompanhar, atravessar, a experiência da loucura