Aplicação da reação em cadeia da polimerase (PCR) para a detecção de DNA de Echinococcus sp. em fezes de cães domésticos (Canis familiaris) do estado do Acre, Brasil
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14458 |
Resumo: | A equinococose é uma infecção zoonótica na qual canídeos albergam os helmintos adultos no intestino delgado e ruminantes e roedores possuem a fase larval (metacestóide) no fígado e pulmões. Os seres humanos são hospedeiros acidentais. Entre as espécies de Echinococcus confirmadas no Brasil, Echinococcus granulosus sensu lato (s.l.), o agente causador da equinococose cística (CE), é comum no Rio Grande do Sul, especialmente nas fronteiras com Argentina e Uruguai. No ciclo biológico, os cães domésticos e bovinos e ovinos são os hospedeiros definitivos e intermediários, respectivamente. Por outro lado, Echinococcus vogeli é o causador da equinococose policística (PE) e o ciclo natural de sua transmissão no norte do Brasil registra uma relação predador-presa entre o cachorro-vinagre e a paca, os hospedeiros definitivo e intermediário, respectivamente. Além disso, um ciclo sinantrópico é estabelecido quando o homem volta da caça e alimenta os cães com as vísceras de pacas abatidas. Os cães se infectam com metacestóides presentes no fígado e passam a desempenhar um papel como hospedeiros definitivos em um ciclo doméstico, contaminando o ambiente peridomiciliar com ovos do parasito eliminados com as fezes. No Acre, casos anteriores de pacas infectadas, casos clínicos de equinococose policística humana e sorologia positiva para a PE foram relatados. Os casos humanos mostraram fatores epidemiológicos associados a PE. No entanto, o papel dos cães domésticos no elo entre à infecção humana e o ciclo natural que envolve E. vogeli é pouco conhecido e as aplicações de metodologias moleculares para a avaliação da infecção por E. vogeli em cães domésticos são inexistentes na literatura. Esse estudo teve como objetivo analisar amostras de fezes de cães do Acre para a detecção de Echinococcus sp. por meio da técnica de PCR utilizando o gene cox 1. Setenta e cinco amostras fecais (14 de Sena Madureira, 06 de Rio Branco, 07 de Bujari, 36 de Xapuri e 12 de Epitaciolândia) foram submetidas a exame parasitológico de rotina (sedimentação espontânea). Os sedimentos foram também submetidos à extração de DNA e cada material resultante à PCR. Este estudo mostrou contaminação ambiental por fezes de cães em todos os 44 locais de coleta sendo que 41,33% das amostras estavam contaminadas com ovos de helmintos derivados de 23 (52,27%) pontos. Um total de 06 amostras foram positivas na PCR, no entanto, Echinococcus foi confirmado pelo sequenciamento do DNA em apenas 02. Uma amostra de E. granulosus s.s. (G1) e uma de E. vogeli mostraram 100% de homologia com as sequências de referência depositadas no GenBank. Este é o primeiro estudo realizado no norte do Brasil para avaliar a frequência de Echinococcus sp. em cães domésticos; E. vogeli é um achado esperado, uma vez que é uma área de transmissão da PE. A constatação de E. granulosus s.s., no entanto, é um resultado inesperado tendo em vista que a distribuição geográfica é a área mais ao sul do Brasil. Do ponto de vista epidemiológico, os cães domésticos infectados pode ser um fator de risco para a transmissão da equinococose, considerando um cenário com ambos os agentes etiológicos. |