Estudo das alterações morfológicas na neuropatia da hanseníase: aplicações práticas no diagnóstico e implicações sobre a patogenia da doença
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20224 |
Resumo: | O diagnóstico precoce é uma importante estratégia para prevenir a transmissão e as incapacidades físicas dos portadores da doença. A procura de alterações histopatológicas nos ramos nervosos cutâneos ganha importância na busca de indícios de etiologia hanseniana, quando o paciente não apresenta o bacilo Mycobacterium Leprae nas amostras colhidas. O presente estudo foi divido em três frentes (A, B e C): Estudo A: estudo morfológico dos ramos nervosos cutâneos e anexos em lesões cutâneas suspeitas de hanseníase. Os grupos foram divididos de acordo com o diagnóstico histológico emitido pelos patologistas, sendo divididos em: grupo hanseníase (HANSEN), grupo inconclusivo (INC) e o grupo de outras doenças (OD) não relacionadas com a hanseníase. Foram elaborados índices morfológicos de lesão dos nervos calculados pelo quociente entre o número de ramos nervosos com determinada alteração e o número, total de nervos na amostra. O grupo HANSEN demonstrou em relação aos outros grupos, aumento significativo dos seguintes índices de lesão de nervo estudados: hiperplasia de perineuro; infiltrado endoneural; infiltrado perineural; infiltrado sem contato com o nervo; e aumento de celularidade. A frequência de infiltrado inflamatório envolvendo os anexos também foi maior no grupo HANSEN. Em relação a marcação pelo anti-PGP 9.5 (produto de gene de proteína 9.5), o grupo HANSEN apresentou o menor índice de marcação nos ramos nervosos e nos anexos em relação aos outros grupos. O estudo B realizou o exame histopatológico e ultraestrutural da inervação da pele hipoestésica com aspecto visual normal obtida de pacientes com a forma neural pura da doença confrontando os resultados com as alterações encontradas no tronco nervoso que inervava a área da pele no mesmo paciente. Houve concordância parcial entre os achados no nervo e na pele. Os parâmetros analisados foram os seguintes: aumento da matriz em 3 casos (27%), aumento de celularidade em 2 (22%), e espessamento perineural em 4 (44%). No total de 11 casos, 7 apresentaram células de Schwann desnervadas e 5 nervos mostraram a presença de bolsas de colágeno. O estudo C realizou a quantificação de fibras nervosas amielínicas em tronco nervoso periférico de pacientes com a forma neural pura, comparado com um grupo de amostras de nervo provenientes de pacientes com neuropatias de outras etiologias não relacionadas com a hanseníase. Não houve diferença significativa na quantificação de fibras amielínicas entre os dois grupos. A quantificação da lesão de nervo com a utilização de índices numéricos não se mostrou mais sensível em relação ao exame histopatológico para revelar mais casos de hanseníase no grupo onde o diagnóstico foi inconclusivo, entretanto, demonstrou que as maiores médias dos índices que mediram as lesões dos ramos nervosos e dos anexos pertenciam ao grupo HANSEN. Da mesma forma, a marcação das fibras nervosas pelo PGP 9.5 mostrou a maior redução, encontrada no grupo HANSEN. O estudo B mostrou que o exame ultraestrutural da biópsia de pele pode revelar alterações não perceptíveis pela microscopia ótica, sugerindo que a pele pode auxiliar no diagnóstico histopatológico, mostrando indício da lesão nervosa cutânea. O estudo C não mostrou diferença significativa na quantidade de fibras amielínicas entre os grupos comparados. |