Nietzche e as primeiras concepções filosóficas da existência: do ânimo criminoso ao impulso lúdico
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12194 |
Resumo: | O foco inicial da pesquisa incide sobre os textos nos quais Nietzsche se dedica a tratar exclusivamente acerca dos primeiros filósofos gregos, são eles: A Filosofia na Época Trágica dos Gregos e Lições sobre os Filósofos Pré-Platônicos. Apesar de não terem sido publicados em vida pelo filósofo, a grande importância desses textos reside no fato de serem os únicos documentos nos quais se pode encontrar em Nietzsche a realização de um empreendimento sistemático de leitura e interpretação dos filósofos que precederam a existência de Platão. Dentre os pensadores abordados nesses textos, o trabalho privilegiou a leitura de Anaximandro e de Heráclito devido ao fato de terem sido tratados por Nietzsche como representantes de um núcleo temático comum. Os filósofos expressam modos distintos de tratar o problema crucial que a existência lhes apresenta: o problema da finitude de todos os entes que se determinam no tempo como individualidades. Anaximandro é o responsável por introduzir os questionamentos de ordem moral em filosofia. Ele se pergunta pela primeira vez acerca da existência em termos de valor. O filósofo justifica a presença de seres determinados e inevitavelmente finitos através da remissão a um ato criminoso original responsável por toda forma de existência individual. De acordo com o decreto do tempo, que prescreve a duração de cada um, a injustiça deste ato deverá ser inexoravelmente punida através da morte. Abre-se aí a perspectiva que depõe a culpa da própria existência e do sofrimento a ela inerente sobre o coração do vivente. Heráclito, por sua vez, concentra-se não mais sobre a tristeza que envolve a perda de todo aquele que uma vez veio a ser, sua resposta afirma a perene criação de novas formas como a suprema alegria que envolve a continuidade do processo de transformações que se chama vida. A onipresença da finitude é vista como sintoma da mais imperiosa justiça a atuar em todo desdobramento temporal. A motivação que preside todo o esforço desta pesquisa consiste em observar o modo como Nietzsche interpreta as concepções da existência apresentadas por esses dois filósofos gregos, para, em seguida, indicar o modo como as integra ao seu próprio pensamento. Tendo sido apontados esses dois caminhos, cada um com suas vertentes e complexidades próprias, será possível observar os desdobramentos futuros a que eles se sujeitam no sentido da formação e consolidação do escopo de problemas e questionamentos enfrentados por Nietzsche em momentos posteriores de sua obra filosófica. O objetivo final é mostrar que as leituras feitas por Nietzsche acerca desses pensadores não constituem uma porção estanque de sua filosofia, a qual poderia, sem maiores prejuízos, ser descartada dos questionamentos desenvolvidos e das soluções apontadas no período que corresponde à sua, assim chamada, maturidade filosófica. |