Obesidade e utilização de serviços de saúde e de medicamentos no Brasil: estudo populacional com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rimes-Dias, Karina Abibi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17448
Resumo: Introdução: A obesidade é um complexo problema de saúde pública que tem acarretado consequências graves para o mundo e para o Brasil. Evidências sobre a sua associação com a utilização de serviços de saúde e com a utilização de medicamentos ainda são escassas no Brasil. Objetivo: Analisar a associação entre a obesidade e a utilização de serviços de saúde e de medicamentos no Brasil. Métodos: Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, representativos da população brasileira com 18 anos ou mais. A PNS possui amostragem complexa, por conglomerado em três estágios (setores censitários, domicílios e indivíduos). As principais variáveis investigadas são referentes ao Índice de Massa Corporal (IMC), à utilização de serviços de saúde (assistência médica regular, exames, encaminhamento/consulta com médico especialista e internação) devido à presença de hipertensão e de diabetes, e à utilização de medicamentos para tratar diferentes grupos de doenças crônicas associadas à obesidade: hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, artrite ou reumatismo, problema crônico de coluna, depressão, doença pulmonar e insuficiência renal crônica. Peso e estatura foram aferidos. Análises descritivas e modelos de regressão múltipla foram utilizados para as análises dos dados. Resultados: Como produtos da tese são apresentados dois artigos científicos, um relativo à associação da obesidade com a utilização de serviços de saúde e outro sobre a associação da obesidade com a utilização de medicamentos. A obesidade associou-se à maior utilização de todos os serviços de saúde investigados, para ambos os sexos. Indivíduos com obesidade utilizaram aproximadamente duas vezes mais os serviços de saúde do que indivíduos com eutrofia, principalmente os serviços relacionados à hipertensão, entre os homens; e os relacionados ao diabetes, entre as mulheres. Comparados com seus pares com eutrofia, por exemplo, homens com obesidade apresentaram maior risco de internação por hipertensão (RP ajustada = 2,55; 1,81-3,61), e mulheres com obesidade apresentaram maior risco de encaminhamento/consulta com especialista devido ao diabetes (RP ajustada = 2,56; 1,94-3,38). A obesidade também esteve positivamente associada à presença e ao número de doenças crônicas tratadas com medicamentos. Quanto maior foi o IMC, expresso em categorias de estado nutricional, maior foi a utilização de medicamentos para tratar pelo menos uma doença crônica, sendo essa diferença ainda maior para tratar duas ou mais doenças crônicas. Em relação aos indivíduos com eutrofia, o risco de tratar duas ou mais doenças crônicas com medicamentos foi aproximadamente 160% maior para os indivíduos com obesidade grau I (RR ajustado = 2,59; 1,96-3,42), 250% maior para os com obesidade grau II (RR ajustado = 3,49; 2,21-5,51) e 670% maior para aqueles com obesidade grau III (RR ajustado = 7,70; 4,54-13,04). Conclusões: Indivíduos com obesidade utilizaram mais serviços de saúde e mais medicamentos do que indivíduos com eutrofia, o que provavelmente gera, além de consequências individuais, aumento dos gastos em saúde e sobrecarga do sistema nacional de saúde.