Caracterização do evento climático MTPE (Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno) nas Bacias de Mucuri e Espírito Santo à margem leste brasileira e sua possível relação com o magmatismo de Abrolhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gama, Renata Marins Alvim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17647
Resumo: Essa tese relacionou o evento climático de aquecimento global registrado no Paleoceno/Eoceno (MTPE – Máximo Termal do Paleoceno Eoceno) ao magmatismo do Complexo Vulcânico de Abrolhos (CVA). Para tal, foram usadas ferramentas sísmicas, magnetométricas, dados de poços, dados geoquímicos e isotópicos. Na região nordeste da bacia foi identificada uma feição circular associada a um lacólito do CVA. Outras feições circulares foram interpretadas na área, descritas como: domo de sal, cones de escape de fluidos e dobra forçada. A atividade ígnea foi associada à formação do proeminente domo de sal na região central da área (extensão de ~3km), devido ao calor fornecido pela intrusão, considerando que as rochas ígneas foram encaixadas na base e dentro da camada de sal, ou pelo princípio de flutuabilidade, decorrente do peso das rochas ígneas. Por meio da datação indireta, baseada em relações estratigráficas, mais especificamente no preenchimento em onlap, foi proposta uma idade Neogena para o fim da atuação da estrutura dômica, indicando que a atividade do CVA pode ter ocorrido em idades muito mais recentes do que aquelas já descritas. Com base nas relações estratigráficas e dados litológicos, indica-se que os cones de escape de fluidos foram formados a partir de processo de degaseificação devido à intrusão de rochas ígneas nos folhelhos ricos em matéria orgânica. A atividade hidrotermal se deu no intervalo do MTPE. Por meios dos dados de δ13CCOT, associado à bioestratigrafia, foi identificada a anomalia CIE, que marca a passagem do Paleoceno/Eoceno. Os dados geoquímicos mostraram que houve a liberação de 0,09 x 1018g (ou 0,09 Eg ou 0,09 Tt) de metano para atmosfera em decorrência das intrusões ígneas na área de estudo. Por meio do balanço de massa foi alcançado o valor de 3,4 x 1018g como necessários para haver a formação da anomalia de -2,9‰, que foi registrada no poço 1-BRSA-819A-ESS. Embora o valor calculado de metano liberado seja menor do que o que seria necessário para formação da anomalia CIE, a área estudada é bem menor do que toda a zona de abrangência do CVA. Sendo assim, há a possibilidade de a quantidade de metano exalado ter sido de aproximadamente 300 vezes maior. Ou seja, um valor considerável que pode ter contribuído, junto com as outras bacias do Atlântico Norte, na liberação de gás de efeito estufa à atmosfera e formação do evento hipertermal: MTPE.