Comum nos discursos que se hegemonizaram na BNCC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barros, Iris Aniceto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17811
Resumo: Esta pesquisa tem como foco principal investigar a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) e os sentidos de comum presentes neste documento a partir da concepção teórica da Teoria do Discurso (TD), desenvolvida por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe. Por compreender o comum como um discurso que foi hegemonizado nessa política curricular e por interpretar que demandas são a unidade de análise da Teoria do Discurso e produzem processos articulatórios para tornar discursos hegemônicos, entendo como potente investigar as demandas que foram articuladas para que o sentido de comum se hegemonizasse. Utilizo as contribuições teóricas de Elizabeth Macedo e Alice Lopes como aporte para as reflexões do campo do currículo e também para a articulação entre o currículo e a TD. Dito isso, defendo o currículo como uma prática discursiva imersa em articulações construídas na parcialidade e na arbitrariedade do social (LOPES; MACEDO, 2011; LACLAU, 1990). Desenvolvo as noções da Teoria do Discurso para construir articulações com o material empírico desta pesquisa, que tem a Base Nacional Comum Curricular como empiria central. Tal articulação colabora com o aprofundamento na interpretação dos sentidos presentes no significante comum. Além disso, proponho interpretar como o currículo comum está sendo articulado pelos curriculistas no contexto internacional, uma vez que dentre as justificativas presentes no texto da BNCC para explicar sua necessária construção está o exemplo dos contextos internacionais. Para isso, seleciono quatro países: África do Sul, Chile, Portugal e Finlândia, na busca por interpretar os textos dos curriculistas desses países. A partir disso, desenvolvo argumentações que tentam desestabilizar a concepção de um currículo comum como uma estratégia “natural” a uma educação de qualidade. Durante a pesquisa, procuro operar com a noção de política e político (MOUFFE, 2015), argumentando que o comum, e qualquer outra tentativa de fixação, é produzido num terreno instável de constante disputa e, por isso, o processo de des-sedimentação e sedimentação não são plenamente realizáveis, são sempre parciais e provisórios.