Deus. Pátria. Família: uma leitura contemporânea de As meninas, a partir dos ideais fascistas na ditadura militar brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gonçalves, Douglas Ernesto Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22013
Resumo: As Meninas, romance de Lygia Fagundes Telles publicado em sua primeira edição em 1973, apresenta-nos três jovens universitárias que convivem em um pensionato católico, durante o contexto da Ditadura Militar. Neste ambiente, Ana Clara, Lia e Lorena dividem seus sonhos e inquietações sobre suas próprias vidas. Esta obra, lida quase cinquenta anos sua primeira publicação, abre possibilidade de novas interpretações dos símbolos conservadores que levaram consolidação do Golpe Militar de 1964. Se foi necessário que houvesse uma “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” para que a população apoiasse o regime, a autora trabalha novas formas de perceber como Deus, Pátria e Família estão inseridas na sociedade brasileira dos anos 1960-1970. Neste trabalho, buscamos estabelecer como as instituições e os ideais conservadores que alicerçaram as iniciativas golpistas dos militares fogem do imaginário da moral e dos bons costumes em elementos e tramas criados pela integrante da Academia Brasileira de Letras e laureada pelo Prêmio Camões (2005). Assim é necessário analisar as imagens projetadas quanto ao imaginário popular que o pensionato católico, onde decorre boa parte da narrativa, poderia remeter a encarceramento/enclausuramento das personagens principais do romance e destoa desta percepção por ser espaço de práticas de resistência e libertárias quanto ao governo autoritário vigente no Brasil em 1968. Aliado a isso, trabalhar as questões históricas, sociais e filosóficas atreladas à intervenção da Igreja Católica quanto às pautas ligadas aos direitos humanos. Também investigaremos a produção cultural contemporânea aos fatos narrados no romance, principalmente pelo cinema, poesia, música e artes plásticas, que corroborem ao desenvolvimento de uma identidade nacional à imagem de pátria que resiste à opressão e a censura por meio da contracultura. Por fim, com Lorena, Ana Clara e Lia, entenderemos a dinâmica da disciplinaridade dos corpos femininos, como seus comportamentos vão de encontro aos interesses públicos e privados e como pautas femininas e feministas, ganham contornos nas vidas das mulheres criadas por Telles. Importante considerar também a construção das personagens para analisar as questões de classe.