Nichos acústicos de cetáceos na Baía da Ilha Grande (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fernandes, Myllene da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22675
Resumo: A teoria dos nichos acústicos implica que espécies simpátricas que utilizam o mesmo espaço acústico tendem a evitar a competição acústica ao utilizar bandas de frequência específicas, evitando assim a sobreposição e mascaramento de seus sinais por outras espécies. Os cetáceos utilizam a emissão sonora como principal meio de comunicação subaquática, possuindo um repertório acústico composto por sons tonais, como os assobios dos delfinídeos, e sons pulsados como os cliques de ecolocalização e os sons pulsantes. O presente estudo teve como objetivo a caracterização, a comparação e a investigação da sobreposição os nichos acústicos de cinco espécies de cetáceos que habitam a Baía da Ilha Grande: Sotalia guianensis, Stenella frontalis, Steno bredanensis, Tursiops truncatus e Pontoporia blainvillei. As coletas foram realizadas utilizando três sistemas de gravação distintos compostos por hidrofones C54XRS e HTI-96MIN, e gravadores Fostex (taxa de amostragem de 192 kHz), SM4+ (taxa de amostragem de 500 kHz) e DSG (taxa de amostragem de 288 kHz). As gravações foram tratadas no software Adobe audition 1.5 e analisadas no software PAMGuide com base em Matlab. Uma análise TOL foi aplicada a fim de extrair os níveis de potência média quadrática da pressão sonora em bandas de 1/3 de oitava em três frequências: Frequência de pico inicial, frequência de pico e frequência de pico final, dos sons tonais e pulsados. Foram realizadas estatísticas descritivas com o intuito de caracterizar o nicho acústico de cada espécie, além de gráficos exploratórios box-plots e histogramas. Uma análise de cluster foi aplicada a fim de determinar as semelhanças entre os sons das espécies. Para estimar a probabilidade de sobreposição da distribuição de energia dos dois tipos de sons das espécies foi utilizada uma análise de sobreposição de nicho. As espécies que apresentaram a maior largura de banda de frequência foram S. guianensis e S. frontalis, com 197 kHz, enquanto S. bredanensis e P. blainvillei foram as espécies com o menor nicho, apresentando largura de banda de 77,4 e 79,1 kHz, respectivamente. Para os sons tonais, S. frontalis possuiu a maior largura de banda, medindo 29,1 kHz, enquanto S. bredanensis teve a menor, medindo 10,6 kHz. A análise de sobreposição com 95% da região de nicho indicou que T. truncatus obteve a maior sobreposição com os assobios de S. frontalis, já com 40% da região, S. guianensis apresentou a maior probabilidade de sobreposição com S. frontalis. A análise de cluster demonstrou proximidade entre os sons tonais de S. frontalis e S. guianensis. Para os sons pulsados, S. frontalis teve a maior largura de banda, medindo 189,5 kHz, e S. bredanensis teve a menor largura, medindo 71,5 kHz. As análises de sobreposição com 95% e 40% da região de nicho indicaram que S. guianensis apresentou a maior sobreposição com os sons pulsados de S. frontalis. Os resultados da análise de cluster também demonstraram similaridade entre os sons de S. guianensis e S. frontalis. A caracterização e análise dos nichos acústicos dessas espécies foi essencial para entender o uso do espaço acústico da Baía da Ilha Grande.