Relações campo-cidade na Região Norte Fluminense: ruralidades e urbanidades em transformação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Barbosa, Pedro Paulo Biazzo de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13363
Resumo: Associada historicamente ao cultivo de cana e à produção de açúcar, a Região Norte Fluminense, conjunto de 9 municípios situados na porção nordeste do estado, vem sendo alvo de intensos processos de reorganização espacial e de alteração nas relações entre o campo e a cidade. Tais processos incluem a decadência da cadeia agroindustrial sucro-alcooleira regional e das lavouras canavieiras, a grande expansão da exploração de petróleo na plataforma continental da Bacia de Campos, a recente emancipação de distritos e criação de 5 novos municípios, o recebimento e aplicação de recursos provenientes do pagamento de royalties às prefeituras, a acelerada expansão da cidade de Macaé, que se aproxima de Campos como principal centro urbano regional e, por fim, o desenvolvimento do programa Frutificar, que nos últimos anos gerou a implantação de lavouras irrigadas de maracujá, abacaxi e côco, principalmente nos municípios de São Francisco de Itabapoana e Campos dos Goytacazes. O objetivo geral da pesquisa é investigar como vem ocorrendo uma reorganização espacial no Norte Fluminense, envolvendo a combinação das formas relativas ao campo e à cidade e das funções que abrigam ruralidades e urbanidades. Realizou-se uma revisão bibliográfica acerca das relações campo-cidade, colocando em questão certas visões sobre este tema, limitadas por não distinguir claramente campo de rural ou cidade de urbano . Trata-se de um esforço para esclarecer distintos conjuntos de significados atribuídos a tais expressões e descartar um viés produtivista, próprio da sociologia da agricultura e tão comumente caro à geografia agrária. A pesquisa aprofunda uma perspectiva de análise através da qual funções e costumes de origem rural não desaparecem em face da urbanização, pois são construídos por agentes sociais. Enquanto cidade e campo são formas no espaço, rural e urbano são conteúdos sociais dessas formas, que podem se combinar e conviver nos mesmos locais, nas práticas dos mesmos agentes sociais. Refutam-se expressões como espaço rural ou espaço urbano , e opta-se pela indicação da presença de ruralidades e urbanidades no território fluminense, fazendo referência não exatamente a espaços ou a modos de vida, porém a hábitos, costumes, funções e racionalidades. A novidade está em incluir o urbano no rural e vice-versa, tendo a consciência de que um é pensado a partir do outro. Em suma, realiza-se uma crítica teórica e metodológica acerca das interpretações sobre as relações campo-cidade, colocando em foco a Região Norte Fluminense.