Fabulação do corpo hospiciado: escritas comprometidas e pensamento antimanicomial
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17333 |
Resumo: | Esta dissertação parte de uma preocupação com os retrocessos que vêm ocorrendo no processo da Reforma Psiquiátrica brasileira, em meio a um retorno de políticas conservadoras e reacionárias que ultrapassa o campo da saúde mental, mas que o atinge gravemente. Na introdução, traço um breve histórico desse contexto que vem sendo chamado de Contrarreforma Psiquiátrica. Tomando como principal referência textos elaborados, de diferentes modos, por pessoas que estiveram internadas em hospícios, sigo para um capítulo metodológico em que discuto as relações entre o olhar distanciado e o conceito central deste trabalho: a fabulação do corpo hospiciado. O corpo é aqui considerado não como uma origem ou um fim, mas como um processo de constante feitura — seja para ser interrompido, paralisado ou petrificado em formas fixas, em sua modalidade manicomial, seja para desencadear as forças criativas e transformadoras alinhadas às potências de vida, em sua modalidade antimanicomial. Começo o percurso do texto discutindo as práticas através das quais a morte é cultivada no Hospício e para além de seus muros. Em seguida, caminho pelos modos como a hierarquia manicomial se forma, junto à fabulação da doença mental, perpetuando igualdades e diferenças assimétricas que legitimam o julgamento de nossos atos. Ao final, discuto as relações entre o corpo e a prática da escrita, contrapondo a textualidade manicomial distanciada às escritas comprometidas. Subvertida, a escrita pode aparecer como uma prática de passagem e transfiguração de si e do mundo que faz ruir a formação estatuária da doença mental, pondo-se em contato com o mistério que aciona o movimento. Através de uma escrita comprometida, torna-se possível liberar a imaginação para voltar a fabular, coletivamente, uma sociedade sem manicômios. |