Efeitos da fumaça do cigarro e da nicotina no desenvolvimento do sistema visual de camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nunes, Karla Cristina Pêpe de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16111
Resumo: Segundo a OMS, o tabagismo mata mais de sete milhões de pessoas a cada ano e ocasiona gastos de mais de US$ 1,4 trilhão aos governos. Além disso, é estimado que 20-23% das mulheres no Brasil fumem durante a gestação. Desta forma, é revelante investigar os efeitos neurotóxicos do cigarro no desenvolvimento cerebral, pois muitos mecanismos deste processo são desconhecidos. Sabe-se que o sistema visual é amplamente reconhecido e utilizado como modelo de circuito neuronal no estudo do desenvolvimento e na plasticidade das conexões nervosas. Sendo assim, este trabalho utilizou o sistema visual como modelo de estudo para averiguar os possíveis efeitos da exposição pré e pós-natal à fumaça do cigarro no desenvolvimento das conexões retinotalâmicas e retinocoliculares de camundongos. Camundongos C57Bl/6 foram expostos à nicotina por exposição à máquina de fumaça do cigarro (SMK, 0,73mg de nicotina/cigarro) ou por oferta em solução oral (NIC ORAL, 50µg/mL adoçada sacarina à 2%). Seus respectivos grupos controles foram expostos ao ar (CTRL AR) ou a oferta de água (CTRL ÁGUA). Os animais dos grupos SMK TOTAL e NIC ORAL foram expostos durante todo período de desenvolvimento embrionário e nas duas primeiras semanas de vida pós-natal, assim como os respectivos controles. Já os animais do grupo SMK PARCIAL foram expostos somente nas duas primeiras semanas de vida pós-natal (PN2-16). Entre os dias pós-natal 11-14 (±PN12), os camundongos receberam injeções intraoculares de uma solução contendo a subunidade B da toxina da cólera (CTB) conjugada a fluoróforos com comprimento de onda 488nm ou 594nm, para a visualização das projeções da retina no tálamo visual, colículo superior (CS) e núcleo olivar pretectal (NOP). A quantificação das projeções retinianas no núcleo geniculado lateral dorsal (NGLd), CS e NOP foi efetuada através de medidas das extensões espaciais das projeções de cada olho. O padrão de marcação das projeções retinotalâmicas no NGLd indicou que animais expostos à nicotina, seja por fumaça do cigarro ou via oral, exibiram uma maior sobreposição entre as projeções contra e ipsolaterais. Do mesmo modo, esses animais apresentaram maior comprimento nas projeções ipsolaterais no CS. Contudo, não foram observadas alterações no NOP de animais expostos à fumaça do cigarro ou nicotina via oral. Além disso, as proles de progenitoras expostas à fumaça de cigarro apresentaram 4 vezes mais anomalias visuais do que os animais controles. Também foram observados redução na massa corpórea dos animais expostos à fumaça do cigarro e a nicotina por via oral. Desta forma, nossos resultados corroboram a hipótese que a introdução exógena de nicotina durante o desenvolvimento pré- e pós-natal administrada via fumaça do cigarro ou via oral, é capaz de alterar o padrão das projeções retinotalâmicas e retinocoliculares de camundongos C57Bl/6.