Tendo que se submeter ao exame Papanicolau regularmente: uma análise sob a ótica da desmedicalização
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11442 |
Resumo: | Este estudo tem como objeto os significados atribuídos ao exame Papanicolau por mulheres a partir do processo de interação social. Atualmente, a estratégia mais eficaz no controle do câncer de colo de útero é o rastreamento pelo exame Papanicolau. Contudo, acredita-se que a percepção que as mulheres têm acerca deste tipo de exame, bem como os significados que são atribuídos a ele, influencia na realização do mesmo. Os objetivos deste estudo são: identificar os significados do exame Papanicolau para mulheres e analisar o processo de interação social dessas mulheres com o exame, no contexto do câncer do colo do útero, a partir dos significados por elas atribuídos. Trata-se de pesquisa descritiva e explicativa com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada em locais públicos de grande circulação de pessoas, situados no município do Rio de Janeiro, devido àgrande diversidade de mulheres nesses locais. Contou com a participação de 10 mulheres que transitavam nesses locais, entre 25 a 64 anos e que já tinham iniciado a vida sexual, divididas em 2 grupos amostrais.Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado e os dados foram analisados segundo os pressupostos do interacionismo simbólico e da Grounded Theory. Projeto aprovado pelo CEP/UERJ 1.660.721. Os dados foram organizados em duas categorias que explicam o processo de interação social da mulher com o exame preventivo: Reproduzindo o discurso de que o exame é importante para prevenção e Apesar das dificuldades, tendo que se submeter ao exame Papanicolau regularmente . Na primeira categoria, os dados mostram que as mulheres percebem o exame como uma forma de prevenir doenças em geral com a ideia de receio de agravo. Consideram o exame importante para diagnóstico precoce e prevenção de agravos e sustentam a importância da prevenção na perspectiva do diagnóstico para tratamento por convencimento. Na segunda categoria, as mulheres relatam os motivos que funcionam como barreiras para a realização do exame, tais como: vergonha e desconforto, falta de acesso, falta de sintomas e o impeditivo do trabalho, contudo, apesar disso, relatam realizar o exame regularmente. Emergiu no trabalho uma categoria central: tendo que se submeter ao exame Papanicolau regularmente , em que fica evidenciado que, apesar de todas as dificuldades, a mulher realiza o exame de Papanicolau para prevenção. Desta forma, conclui-se que, mesmo que não seja de forma regular como preconizado pelos protocolos, a mulher se submete ao exame Papanicolau para prevenção de doenças. Ficou evidente, pelos dados, que é necessário promover atividades que vão além de orientações e informações sobre o câncer do colo do útero e a importância deste exame. É importante criar estratégias de promoção da saúde para estimular a autonomia das mulheres e o empoderamento do próprio corpo, para, assim, propiciar maior cobertura do exame através da adesão regular das mulheres. |