Virginia Woolf escreve a paternidade
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17106 |
Resumo: | Esta dissertação investiga a escrita da paternidade na obra de Virginia Woolf (1882 – 1941) a partir da virada andrógina proposta ao final de Um teto todo seu (1929) e expandida em Três Guinéus (1938), a qual desarticula as codificações culturais de masculino e feminino como fins em si mesmas. Sigo o professor Davi Pinho (2020), portanto, ao compreender os escritos de Woolf como a conversa perpétua que a autora travou com o mundo. Estabelecendo essa conversa como um “método” filosófico (PINHO, 2020), Woolf costura uma malha de relações humanas que ora fazem da vida, ora da morte, matérias primas para a construção de uma comunidade vital – tornando indispensável para essa construção de um coletivo o encontro positivo com a diferença (BRAIDOTTI, 2011). Dessa forma, surgem questões pertinentes para pensar a figuração do pai nos textos de Woolf tanto a partir do confronto com a ficção de um sujeito patriarcal soberano e autossuficiente quanto a partir do reconhecimento de que somos todos constituídos por corpos vulneráveis, pois tensionados entre a possibilidade de sofrer uma agressão e dispensar um cuidado (BUTLER, 2019; CAVARERO, 2009). Serão essas conversas (im)possíveis que rearticularão o pai biográfico na memória de Woolf de modo a redimensionar as figurações da paternidade em sua obra – especialmente na interlocução entre seus diários, a coletânea de memórias publicada postumamente, Momentos do Ser (1976) e o romance Ao Farol (1927). Assim sendo, é necessário marcar que a conversa perpétua que esta dissertação pretende reconhecer e interpelar teve início na própria obra de Woolf – no seu impulso de escrever esse pai enquanto sujeito “fechado e autossuficiente”, porém sempre subscrevendo aos seus textos o desejo de abri-lo para a descoberta de sua inevitável exposição ao outro |