Cadernos de Lições: a educação das Princesas Isabel e Leopoldina nos Paços Imperiais (1850-1864)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Aguiar, Jaqueline Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16767
Resumo: A educação de Príncipes herdeiros é uma das preocupações dos países que adotam a monarquia como regime de governo. No século XIX, essa preocupação esteve no cerne das atenções do Imperador D. Pedro II, que objetivava formar as filhas, a fim de transformá-las em duas mulheres capazes de assumirem, no tempo oportuno, o governo constitucional do Império do Brasil. Esta pesquisa tem por objeto de estudo a educação formal das Princesas Isabel e Leopoldina. O problema consiste em investigar, a partir dos cadernos de lições das duas meninas, quais eram os conteúdos de ensino da área de Humanidades que D. Pedro II entendia como necessários à formação das herdeiras do Trono brasileiro, realizada nos Paços Imperiais de São Cristóvão e de Petrópolis, entre os anos de 1850 e 1864. Logo, o presente estudo tem por objetivo analisar o que estudavam as Princesas Isabel e Leopoldina, no intuito de compreender como se dava a educação para o governo da nação, uma vez que, na falta do pai Imperador, Isabel, como primeira na linha sucessória, precisava estar apta a assumir o comando do país, assim como Leopoldina, na ausência da irmã. Dentre os objetivos específicos, destacam-se examinar os cadernos das Princesas, depositados no arquivo pessoal da Família Imperial, no intuito de depreender traços da trajetória educacional de suas autoras, e interpretar os conteúdos de ensino da área de Humanidades julgados mais importantes, de acordo com a hierarquia do tempo de estudos, do volume de matérias e da frequência que estudavam tais conhecimentos. O referencial teórico é composto por escritos de autores que estudam o processo de “fabricação” de um soberano na Sociedade de Corte, e pesquisadores que se debruçam sobre o estudo de cadernos em seus aspectos intrínsecos e extrínsecos. A pesquisa qualitativa e histórico-documental tem como principal fonte os cadernos das filhas de D. Pedro II, oriundos do arquivo pessoal da Família Imperial do Brasil. A contribuição da pesquisa está na identificação e análise dos documentos de estudos das Princesas, escritos da infância à adolescência, configurando-se numa expressiva amostra do que era ensinado no Brasil Imperial. A partir dessa relevante documentação da História da Educação, foi possível conhecer o currículo e as práticas de ensino e aprendizagem adotadas por mestres brasileiros e estrangeiros que atuaram não apenas na formação das herdeiras do Trono, mas também na instrução de outros alunos da Corte Brasileira, em meados do século XIX. A análise dos cadernos de lições revelou que o pai-mestre D. Pedro II, a partir da adolescência das Princesas passou a ter o firme propósito de formar duas mulheres educadas para governar, priorizando ensinamentos voltados para as humanidades, ciências, letras e, sobretudo, economia política, com orientações e conselhos posteriores de como melhor governar.