Avaliação do efeito de drogas sobre o processo de diferenciação de Giardia lamblia e na interação com células epiteliais intestinais in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Hausen, Moema de Alencar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18076
Resumo: Os protozoários do gênero Giardia apresentam como característica principal, a capacidade de diferenciação em duas formas, o cisto inerte e infectante, e o trofozoíto móvel e vegetativo, cuja adesão ao epitélio intestinal caracteriza o parasitismo. Seu ciclo de vida compreende o encistamento, transformação do trofozoíto em cisto, enquanto o desencistamento se caracteriza pelo inverso. A giardíase, é uma das principais enfermidades parasitárias que acometem crianças de regiões com saneamento básico precário no Brasil. O tratamento atual em humanos envolve principalmente os fármacos da família dos benzimidazóis. Outros fármacos como o pamoato de pirantel (PP) e o metronidazol (MZ) são mais utilizados em tratamentos veterinários, sendo este último pouco utilizado por acarretar efeitos colaterais, i.e., inflamação da mucosa intestinal. Não há na literatura, dados que avaliem quão infectante são os cistos de Giardia eliminados durante o tratamento, ou mesmo, um estudo que avalie possíveis atividades sinérgicas das principais drogas anti-parasitárias no tratamento contra giardia. Deste modo, este estudo avaliou estes dois questionamentos em modelo in vitro com os principais fármacos utilizados no tratamento clínico humano e veterinário. No primeiro trabalho, foram analisados os efeitos de benzimidazóis sobre a diferenciação de Giardia e sua viabilidade pós-tratamento. No segundo trabalho, sobre a forma trofozoíta foram testados o MZ e PP combinados ou não, a fim de verificar atuação sinérgica contra o parasita, mas sem afetar a viabilidade das células intestinais em co-cultura. Os resultados demonstraram que embora o albendazol (AB) não tenha inibido completamente o encistamento, mesmo em doses baixas houve 100% de inibição do desencistamento. Os resultados de microscopia eletrônica de transmissão revelaram que a ultraestrutura do disco ventral bem como os flagelos despolimerizaram em corpos amorfos na forma cística. Este provavelmente foi o principal fator para inviabilizar a reorganização do disco ventral e estruturas associadas durante o desencistamento. A incapacidade em desencistar descrita aqui, tornou o AB como a principal droga candidata para que o tratamento seja tão eficaz quanto livre de contaminações ambientais pelos cistos eliminados. No segundo trabalho, de acordo com os isobologramas gerados a partir da contagem de trofozoitos sob os efeitos das drogas, revelaram que houve efeito sinérgico entre o MZ e PP, ou seja, a menor concentração de MZ potencializou o efeito de PP, induzindo a inviabilidade dos trofozoítos sem afetar as células hospedeiras em co-cultura. Os resultados apresentados apontam que além do excelente prognóstico ao tratamento de giardia, as drogas testadas in vitro possuem potencial tanto para tratar a giardiase, quanto para inibir a sua disseminação pelo hospedeiro durante o tratamento. Adicionalmente, sobre os trofozoítos, o MZ quando combinado ao PP tem potencial para um tratamento eficaz com menos efeitos adversos sobre as células intestinais.