Efeitos do extrato da Euterpe oleracea Mart. (Açaí) na indução da termogênese e na biogênese mitocondrial no tecido adiposo marrom de camundongos submetidos à dieta hiperlipídica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Dafne Lopes Beserra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20878
Resumo: O aumento das taxas de obesidade e sobrepeso representa uma preocupação urgente de saúde pública e é o principal fator de risco para a síndrome metabólica. O excesso de lipídios favorece o desequilíbrio energético, levando a um remodelamento do tecido adiposo, o que sugere uma associação direta com a indução da obesidade. O tecido adiposo marrom (TAM) está relacionado com a dissipação de energia na forma de calor durante a termogênese adaptativa, contribuindo para o gasto energético. O extrato do caroço do açaí (ASE) promove um efeito anti-obesidade, cujos mecanismos ainda são pouco conhecidos. Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos do tratamento com ASE sobre o remodelamento do TAM e o seu papel na indução da termogênese e na biogênese mitocondrial no TAM, assim como na diferenciação e proliferação, e utilização de ácidos graxos. Camundongos machos C57BL/6 foram separados em três grupos: controle (dieta 10% lipídeos); HF (dieta 60% lipídeos) e HF+ASE (dieta 60% lipídeos + 300 mg/kg/dia por gavagem intragástrica). A dieta foi administrada concomitantemente ao tratamento durante 12 semanas. A massa corporal foi avaliada semanalmente e a glicemia quinzenalmente durante o período de tratamento. Foram avaliados o perfil lipídico, expressão dos marcadores relacionados à diferenciação e proliferação, à termogênese, à biogênese mitocondrial e à utilização de ácidos graxos, bem como a atividade das enzimas antioxidantes e o dano oxidativo em homogenato de TAM. As alterações morfológicas do TAM e tecido adiposo branco (TAB) foram analisadas histologicamente. O ASE se mostrou eficaz na prevenção do ganho de massa corporal, glicemia e nas alterações morfológicas dos tecidos adiposos branco e marrom dos animais tratados com o extrato quando comparados ao grupo HF. Em TAM, o tratamento com o ASE promoveu o aumento da expressão dos marcadores de diferenciação PRDM16 e PPARα, da indução da termogênese pAMPK, pLKB1, SIRT-1, UCP-1 e β3-AR, utilização de ácidos graxos PLIN1, ATGL, HSL e CPT-1 e biogênese mitocondrial PGC-1α e NRF1em relação ao grupo HF. O aumento da expressão proteica de UCP-1 no grupo tratado com ASE foi corroborado pela imunomarcação dessa proteína em TAM. Além disso, o tratamento com ASE também mostrou uma redução do dano oxidativo através da redução dos níveis de MDA em relação ao grupo HF e redução na imunomarcação de 8-isoprostano em lâminas de TAM, bem como aumento da atividade da enzima antioxidante SOD, sem alteração da GPx e da catalase do grupo tratado em relação ao grupo HF. O extrato preveniu ainda o aumento dos marcadores inflamatórios MCP-1 e TNF-α em TAM. Esses achados demonstram que o tratamento com o ASE preveniu as alterações estruturais do TAM de camundongos submetidos à dieta hiperlipídica e aumentou a expressão de proteínas chaves relacionadas à termogênese e biogênese mitocondrial, além de reduzir o estresse oxidativo TAM, sugerindo que o extrato pode ser utilizado como uma abordagem importante na prevenção da obesidade