Caracterização morfológica e molecular de Eurytrema coelomaticum (Digenea: Dicrocoeliidae) recuperados de bovinos do estado de Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Leite, Karine Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18947
Resumo: A euritrematose é uma helmintíase bovina de impacto veterinário, causada por espécies do gênero Eurytrema que se alojam no pâncreas e ductos pancreáticos. A infecção pode desencadear um quadro de pancreatite, caquexia e, consequente, redução da produtividade. Dados morfológicos e moleculares do parasito mostram que a espécie Eurytrema coelomaticum é prevalente no Brasil, porém existem poucas informações adicionais e atualizadas sobre a taxonomia destes helmintos recuperados de gados da região sudeste do país. No presente trabalho diversos caracteres taxonômicos, de espécimes provenientes do estado de Minas Gerais, foram revistos. Para isso, utilizamos a histologia, as microscopias de luz (campo claro e confocal) e eletrônica de varredura, incluindo criofratura, e análise molecular, visando agregar informações referentes à sequência parcial do gene 18S rRNA e pela primeira vez foi utilizado o Citocromo oxidase (cox1) como marcador molecular. Nos resultados morfométricos, sugerimos que os parâmetros taxonômicos que devem ser utilizados na identificação da espécie E. coelomaticum, são: a relação da largura da ventosa oral/largura da ventosa ventral (0,66-1,4), a relação do comprimento/largura dos ovos (1,38-1,83), o comprimento (0,041-0,050 mm) e largura dos ovos (0,025-0,030 mm). Como resultado da análise morfológica, foi possível detalhar a superfície do corpo do helminto, além de caracterizar a complexa organização das fibras musculares, subtegumentares, das ventosas e faringe; a disposição dos órgãos do sistema reprodutor; e, por microscopia eletrônica de varredura, evidenciamos a presença de papilas na face dorsal da região anterior do parasito. Em análise filogenética, revelamos que os isolados deste estudo formam um cluster com as sequências de E. coelomaticum depositadas no GenBank. Também foi possível destacar que E. coelomaticum tem maior similaridade genética com E. pancreaticum em comparação a E. cladorchis. Nossos resultados reforçam que a taxonomia integrativa, baseada na combinação de diversas técnicas de microscopia e biologia molecular, fornece para a sistemática helmintológica, dados mais sólidos para diferenciar, dentre outros grupos, trematódeos digenéticos, gerando uma complementariedade de dados que não podem ser fornecidos por uma técnica isolada. Concluímos que, a aplicação da taxonomia integrativa em E. coelomaticum contribuiu para inserção de novos critérios morfométricos, morfológicos e moleculares, ampliando a compreensão desta espécie no Brasil.