A via L-arginina-óxido nítrico e o estresse oxidativo associados às alterações imunológicas, inflamatórias e aterotrombóticas na depressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carmo, Monique Bezerra Oliveira Ormonde do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7792
Resumo: O transtorno depressivo maior (TDM) é um transtorno mental comum, grave e incapacitante, com uma prevalência crescente em todo o mundo. Além do aumento do risco de mortalidade devido ao suicídio, os sintomas depressivos estão também associados a um risco aumentado de morbidade e mortalidade cardiovascular. Adicionalmente, o TDM pode ser considerado um fator de risco independente para doenças cardiovasculares. Um dos mediadores mais importantes nessa relação é o óxido nítrico (NO), molécula sintetizada não apenas pelo endotélio, mas também por elementos figurados do sangue, tais como: neutrófilos, plaquetas e eritrócitos. O NO desempenha um papel fundamental na vasodilatação, geração de espécies reativas de oxigênio, além da ativação, adesão e agregação de plaquetas, e atividade citotóxica do sistema imune. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a via L-arginina-óxido nítrico e marcadores de estresse oxidativo em eritrócitos e neutrófilos, bem como analisar a ação destes últimos na agregação plaquetária de pacientes com TDM. O influxo de L-arginina, a atividade da NO sintase e os níveis de GMPc foram medidos em neutrófilos e eritrócitos de 14 pacientes (12 M, 2 H) com TDM não tratados e 15 controles (11 M, 4 H) saudáveis (CS). Além disso, foram avaliadas a expressão das enzimas iNOS, eNOS e gp91phox NADPH oxidase, o burst oxidativo e os níveis dos aminoácidos em neutrófilos, e os efeitos destes sobre a agregação de plaquetas. Também foram avaliadas a fragilidade osmótica, a carbonilação de proteínas e a atividade das enzimas antioxidantes SOD, GPx e catalase em eritrócitos de TDM e controles. Não houve diferença no transporte da L-arginina em ambas as células, mas a atividade de NOS e os níveis de GMPc estavam reduzidos em neutrófilos de TDM em comparação com CS. Por outro lado, eNOS e iNOS foram superexpressas em neutrófilos de TDM. A expressão da NADPH oxidase gp91phox e o burst oxidativo não diferiram em neutrófilos entre os grupos. Os pacientes TDM mostraram um aumento da agregação de plaquetas comparados aos CS. Após a incubação com neutrófilos, observou-se uma redução da agregação plaquetária em ambos os grupos. Nenhuma diferença foi observada na fragilidade osmótica, na carbonilação de proteínas e na atividade da enzima catalase, mas a atividade da SOD e da GPx estavam diminuídas em eritrócitos no TDM. Com base nesses resultados, poderia haver um aumento do estresse oxidativo no TDM devido à baixa disponibilidade de NO nos neutrófilos, e as defesas antioxidantes diminuídas nos eritrócitos. Outro dado importante foi que na presença de neutrófilos a agregação plaquetária foi reduzida, sugerindo que o NO produzido por estas células é suficiente para agir nas plaquetas, bem como sobre células adjacentes. Enfim, uma melhor compreensão da baixa biodisponibilidade de NO na função fagocítica de neutrófilos e sua interação com outras células e tecidos ajudaria a esclarecer os mecanismos associados à disfunção do sistema imune e o aumento da morbidade cardiovascular no TDM.