Una Minga por la Vida: Deslocamento/Desenraizamento Forçado e Resistência/(Re)existência de Comunidades Étnicas na Colômbia (1995-2022)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22868 |
Resumo: | A Colômbia é palco de uma das mais graves crises humanitárias da América do Sul. Com um conflito armado interno, que perdura desde meados do século XX, foram registradas oficialmente mais de nove milhões de vítimas no país. Segundo os dados oficiais do governo, deste total, cerca de oito milhões de pessoas foram deslocadas, desenraizadas, de suas casas, de seus territórios, de seus modos culturais de vida, pois sua sobrevivência física, imediata, estava ameaçada. Dentre elas, uma parcela significativa é indígena e afrodescendente, minorias étnicas que têm sido desproporcionalmente afetadas pela guerra. Apesar do cenário alarmante, a tragédia humanitária colombiana segue silenciada e pouco conhecida no âmbito internacional, em geral, e no Brasil, em específico. No campo de estudos das Relações Internacionais (RI), também tem sido notória a marginalização da problemática. Em grande medida, isso ocorre porque os interesses da área continuam sendo ditados segundo os termos e agendas do Norte Global, isto é, dos Estados Unidos e da Europa. Em vista disso, compartilhamos nesta tese do posicionamento de que é necessário descolonizarmos as RI e, para tanto, propomos o que entendemos como sendo uma disciplina de RI pós-abissal. Isto é, baseada em uma ontologia relacional, aberta ao pluriverso, e que, portanto, leva a sério e valoriza as vozes, conhecimentos, saberes e experiências do Sul Global plural. Com isso, tensionamos as fronteiras constitutivas da disciplina a fim de centrar a problemática do deslocamento/desenraizamento forçado de comunidades étnicas na Colômbia como um tema legítimo de ser estudado na área. Assim, logramos evidenciar como existem dinâmicas, interesses e políticas internacionais imbricados na questão da mobilidade humana forçada no país. Situando a pesquisa dentro do programa das Epistemologias do Sul e da linha de estudos de migrações de crise, articulamos os pensamentos pós/decolonial e pós-estruturalista, de inspiração foucaultiana, para analisar, desde uma perspectiva histórica, como as práticas de produção, gestão/governo e resistência/(re)existência do deslocamento/desenraizamento das comunidades étnicas colombianas estão entrelaçadas com um sistema, bem como imaginário, colonial, racista, capitalista e patriarcal. Por meio da praxiografia, enquanto metodologia estratégica analítica, analisamos: de que modo estes grupos, e, em especial, as mulheres, são afetados/as pela guerra; como a “comunidade internacional”, representada na figura do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), tem avançado uma lógica de gestão migratória, que visa manter essas pessoas em seu respectivo território nacional; e como, apesar da(s) violência(s) os povos étnicos seguem resistindo, ou (re)existindo, reivindicando direitos e ressignificando suas vidas e existências. O resultado é a produção de um entendimento outro, diverso, sobre o tema, que toma como marco temporal os anos entre 1995 e 2022, e que visa “co-laborar” para o processo de construção da justiça cognitiva e social na Colômbia. |