Sentidos de mercado instituindo a reforma curricular para os cursos de Engenharia
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20738 |
Resumo: | Sob a abordagem pós-estruturalista da Teoria do Discurso, de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, apresento, nesta tese, a investigação das relações que constituem as políticas curriculares para os cursos de Engenharia no Brasil e o que é produzido a partir delas. Nesta investigação, aponto o significante “mercado” como um ponto nodal capaz de aglutinar diversos outros significantes que operam no imaginário social como representação de demandas diferenciadas nos variados contextos de produção curricular para a Engenharia, produzindo efeitos sobre o processo político e, assim, passando a orientar ações curriculares para os cursos de Engenharia no país. Os sentidos compartilhados sobre esse significante expressam demandas inseridas em uma cadeia de equivalência. Defendo que essa cadeia é formada contra um exterior antagônico representado por todos que bloqueiam o que vem sendo considerada a nova identidade do engenheiro, a de engenheiro inovador. Esse exterior antagônico é suposto como ameaçador para o desenvolvimento do país. Nesse processo, opera uma lógica fantasmática em que o atendimento ao mercado é interpretado como a garantia tanto para o desenvolvimento econômico e social do país quanto para a manutenção da identidade de engenheiro inovador. Este estudo foi desenvolvido com apoio na abordagem teórico-estratégica de explicação crítica, conforme propõem Jason Glynos e David Howarth, pela qual se tentou decifrar as lógicas que caracterizam as práticas dos processos de reforma curricular das engenharias, as que as possibilitam e as que permitem com que elas se mantenham ou se sustentem. Por meio dessa argumentação, defendo a tese de que a reforma curricular dos cursos de Engenharia no Brasil está envolvida em uma lógica fantasmática de atendimento ao mercado e de desenvolvimento do país, contribuindo para tentar definir os modos de atuação nas universidades e fixar os sujeitos que atuam na reforma curricular como responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso da educação nesta área. Defendo, ainda, que as propostas contempladas no documento de reforma consistem apenas em algumas das infinitas possibilidades para esse currículo, uma vez que algumas das diferenças entre as demandas articuladas para sua constituição estão apenas estancadas, aguardando o movimento de novas articulações para que ressurjam no jogo político. |