Um lugar para ser gorda: afetos e erotismo na sociabilidade entre gordinhas e seus admiradores.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Barros, Mirani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4382
Resumo: Esta dissertação aborda a sociabilidade entre gordinhas e seus admiradores . A etnografia de um desses grupos na rede social online Facebook, acompanhou as interações baseadas na circulação de imagens (principalmente os autorretratos digitalizados denominados selfies) e no estabelecimento de um sistema de elogios, além dos fluxos para outros âmbitos on e off-line, que delineiam um mercado afetivo-sexual, em que o corpo gordo feminino erotizado é objeto de desejo e de maior valor nas interações. Nesse contexto, o acionamento do dispositivo erótico tem possibilitado vivências individuais e coletivas, descobertas e aprendizados, que desdobram em diversos sentidos para a corporalidade gorda, assim como, para as performances do masculino e feminino neste âmbito relacional entre gêneros. Além, os marcadores classe, raça/cor são cruciais para a produção desses sentidos, e para o modo como essas experiências tem fundado uma gramática particular e contemporânea para se ler o corpo gordo feminino. Os produtos dessa sociabilidade apontam perspectivas críticas para as políticas do tamanho e peso corporal das mulheres, circunscritas às regulações e interpretações do campo biomédico, limitadas na dicotomia entre o que se expecta por saúde e se o que se entende por doença. Por fim, coloca em tensão o padrão corporal feminino contemporâneo, e embora, que de modo ambíguo e ambivalente em alguns aspectos, abre caminhos para repensar a magreza como única opção para a saúde a beleza, além de fornecer elementos empíricos para a construção e um pensamento teórico acerca da diversidade corporal.